Está agendado para dezembro deste ano, o início das operações da Navegação Baseada em Performance (PBN, do inglês, Performance Based Navigation) no Rio de Janeiro e São Paulo, as principais terminais do país, que concentram mais de 50% dos movimentos de tráfego aéreo.
A adoção deste procedimento representa uma mudança de navegação baseada em auxílios de solo para uma navegação orientada também por satélites (GNSS – Sistema Global de Navegação por Satélites) e sistemas avançados de gestão de voo e bordo inercial. O PBN torna exequível a utilização de mais rotas no mesmo espaço, com menores separações, gerando um aumento significativo de capacidade.
Entre os benefícios está a redução da carga de trabalho do controlador de tráfego aéreo e do piloto. Os procedimentos de descida contínua e estabilizada e as trajetórias aperfeiçoadas reduzem o tempo de voo e de emissão de gases poluentes, geram economia de combustível e mantém os mesmos níveis de segurança.
Evento promovido, em outubro, pelo Subdepartamento de Operações (SDOP), do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), está apresentando o projeto PBN aos controladores de tráfego aéreo dos Centros de Controle de Aproximação do Rio de Janeiro e de São Paulo (APP-RJ e APP-SP).
O Brigadeiro do Ar José Alves Candez Neto, Chefe do SDOP, iniciou sua apresentação destacando a reeleição do Brasil, como membro do Conselho da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) para o período 2013-2016.
Com 160 votos de 173 possíveis, o Brasil recebeu expressiva votação para o Grupo I, composto por membros de reconhecida importância no transporte aéreo mundial (veja detalhes).
“Estou aqui porque estamos iniciando algo fantástico e que pessoas que trabalham com o espaço aéreo, têm visão tridimensional e entendem a importância do transporte aéreo para o Brasil poderiam implementar”.
O Oficial General descreveu em breves palavras que o planejamento, preparado com grande antecedência, somado a experiência com a implantação do PBN nas terminais de Recife e Brasília, foi aperfeiçoado.
“O Brasil vive um momento histórico”, destacou fazendo um contraponto com a implementação do Projeto DACTA, que culminou com a criação do Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo, o CINDACTA I, que naquele momento representou uma grande mudança de paradigma.
“Antes da criação do CINDACTA I haviam apenas três radares instalados no Brasil, em Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. Hoje existem 171 e outros 15 que serão instalados, totalizando 186 radares”, lembrou o Chefe do SDOP.
Para ele, 43 anos após o estabelecimento do Centro Integrado de Defesa e Controle, a implementação do PBN é outro fato histórico que representa a evolução do CINDACTA.
“Estamos nos transformando em gerentes do espaço aéreo, de uma aviação moderna, onde é possível ter economia de combustível, diminuição do tempo de voo e os problemas de navegação do piloto podem ser reduzidos ou até mesmo extintos. Esta mudança vai significar muito para um futuro bem próximo”, completou.
O PBN é apenas um dos projetos do Programa SIRIUS, conjunto de ações do Plano de Implementação ATM (Gerenciamento de Tráfego Aéreo) Nacional, comandado pelo DECEA, para modernização dos sistemas de navegação aérea.
“Cada um de nós está ajudando a escrever esta história. Estou feliz por ter vocês neste time. Tenho certeza que daqui a algum tempo todos vamos perguntar como vivíamos sem o PBN”, finalizou.
FONTE : decea.gov.br