O general José Carlos dos Santos, do Comando do Exército, afirmou aos parlamentares da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, nesta quarta-feira (2), que as vulnerabilidades verificadas hoje nos sistemas cibernéticos brasileiros têm como causa principal a dependência da tecnologia estrangeira e não serão superadas de imediato.
De qualquer forma, disse, a atuação colaborativa do governo com universidades e empresas já tem mostrado resultados como a elaboração de um simulador de defesa cibernético e um antivírus. Mas o general defendeu a criação de uma agência nacional de segurança cibernética para regular e coordenar o setor. A audiência foi motivada pelas denúncias de espionagem de autoridades brasileiras pelo governo norte-americano.
O general José Carlos dos Santos defendeu ainda a aprovação do Marco Civil da Internet (PL 2126/11), em tramitação na Câmara. Ele também disse que a sociedade brasileira, de maneira geral, não se preocupa com a proteção de dados sensíveis, pessoais ou não.
Otávio Carlos da Silva, diretor do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento para Segurança das Comunicações da Agência Brasileira de Inteligência, defendeu a inclusão do tema na grade curricular do ensino fundamental.
“É muito mais simples mostrar a eles que privacidade é uma questão importante. Não porque o seu vizinho vai saber o que você faz, mas sim pelo sentido da palavra privacidade. O que significa privacidade, aonde ela é importante. Que é importante proteger dos dados pessoais e compartilhá-los com aqueles que você acha que tem que compartilhar e não com todos”, disse.
Os órgãos do governo envolvidos na segurança cibernética do País, segundo Otávio Carlos da Silva, têm atuado em conjunto em grandes eventos como a Rio+20 e a Copa das Confederações. Ele contou que o centro que dirige tem mais de 30 anos de atuação e nasceu de um pedido do extinto Instituto Brasileiro do Café preocupado com o vazamento de informações sigilosas deste mercado.
Sistema de e-mails
Já o diretor da Safernet Brasil, Thiago de Oliveira, disse que a criação de um sistema de e-mails nos Correios para aumentar a segurança das comunicações dos brasileiros não resolve o problema da espionagem. Ele lembrou que existem outras brechas, como a instalação de softwares espiões que interceptam a mensagem assim que ela é escrita.
Segundo ele, também não há como proteger os dados de remetente, destinatário e assunto. A criação do e-mail foi anunciada pelo governo após as denúncias de espionagem norte-americana. Thiago de Oliveira disse que já existem softwares que, uma vez instalado em smartphones e computadores em geral, toma o controle destes aparelhos. No caso dos celulares, pode transformá-los em terminais de escuta em tempo real.
O presidente da comissão, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), disse que ficou evidente e necessidade de pesquisa nacional sobre o assunto. “É um investimento estratégico porque não adianta comprar produto de prateleira, nós temos que desenvolver no Brasil essa tecnologia. Porque os hardwares e softwares são fabricados em países desenvolvidos e quando eles vendem isso, eles já embutem instrumentos que permitem a invasão. Mas nós estamos pensando. A Abin há muitos anos e o governo, por meio do Comando do Exército, criando este centro de defesa cibernética”, avaliou.
O diretor da Safernet Brasil, Thiago de Oliveira, disse que o governo deve enviar para o Congresso em breve um projeto de lei de proteção dos dados pessoais. Segundo ele, o País precisa regulamentar o direito à privacidade prevista na Constituição.
Fonte: Jornal da Câmara
Não há defesa cibernética que sobreviva a incompetência de nossos governantes
Senhores,
a defesa do espaço cibernético tem sido levado muito a sério por outros países, para ser ter uma ideia do “tanto,” vejamos oque ocorreu essa semana no Irã, Mojtaba Ahmadi, que serviu como comandante do Centro de Guerra Cibernética do Irã, foi encontrado morto com dois tiros no coração nos arredores de Teerã.
A morte de Ahmadi, um dos principais especialistas em cyber defesas, poderia ser uma represália, já que o Irã foi acusado de realizar uma série de ataques cibernéticos detectados no Ocidente e em Israel.
A Guarda Revolucionária iraniana também foi acusada de emprestar a sua experiência para o regime da Síria, ajudando-o atacar alvos ocidentais através de um corpo conhecido como o Exército Eletrônico da Síria…
Gostaria de lembrar aos colegas que Israel possui uma unidade considerada das melhores na área de cyber guerra, a Unidade 8200 responsável pela coleta de inteligência de sinais (SIGINT) e decodificação de códigos.
Grato.