Brasília, 05/08/2013 – Um país onde metade da população é analfabeta e 70% dos habitantes vivem da economia informal, o Haiti – desde 2004 sob a intervenção da forças de paz das Organização das Nações Unidas (ONU) – consiste em enorme desafio para o contingente militar brasileiro que segue para lá em novembro próximo.
A partir da necessidade de se informar acerca do cenário atual do país, a Chefia de Operações Conjuntas (Choc) do Ministério da Defesa já começou os preparativos para a troca de tropa no país caribenho.
Na etapa inicial dessa jornada, os 36 comandantes e integrantes dos Estados-Maiores do 19° contingente brasileiro se reuniram em Brasília (DF). Durante cinco dias, os oficiais receberam informações estratégicas da missão. Até o embarque da tropa serão 14 semanas de preparação do novo contingente. A próxima etapa do treinamento começa hoje (5) no Centro Conjunto de Operações de Paz no Brasil (CCOPAB), no Rio de Janeiro.
Na semana passada, o diretor do Departamento da América Central e Caribe do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Nelson Tabajara, e o primeiro-secretário Olympio Faissol Junior, apresentaram à equipe os objetivos da política externa brasileira no Haiti, bem como a situação atual do país.
Na palestra, Faissol destacou a alta vulnerabilidade institucional haitiana, como um dos principais entraves ao reestabelecimento de uma situação de normalidade. Ele lembrou ainda que o país é a nação mais pobre das Américas, onde metade da população é analfabeta, 70% não tem emprego formal, 50% tem menos de 18 anos e 65% dos presos jamais viram um juiz.
Segundo ele, esses números dão uma dimensão da dependência do país pela ajuda da comunidade internacional. “Vocês representam a imagem de um Brasil solidário. Precisamos lembrar que quanto melhor a nossa região estiver, melhor será para todos”, frisou o primeiro-secretário.
Nas próximas reuniões serão tratados temas como o plano de rodízio e rotinas de voos logísticos, além de procedimentos relativos à inspeção de saúde e outros aspectos referentes à saúde do contingente. Outro objetivo desse ciclo de reuniões é apresentar a estrutura e ligações da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), junto à ONU e ao Brasil.
FONTE: Ascom Foto: Jorge Cardoso