O passo a passo do Guarani
A primeira fábrica de veículos de defesa da Iveco fora da Europa ocupa 30 mil metros quadrados em Sete Lagoas, em área do complexo da montadora, dos quais 18 mil metros quadrados construídos. O EM teve acesso à produção do blindado Guarani, que demanda 2.500 horas de trabalho, cerca de três meses, em média, entre o nascimento e o acabamento do veículo. Ele é movido a diesel ou querosene de avião. Não há robôs na produção. Confira os passos da montagem:
1) Do Almoxarifado para a Funilaria
O aço blindado, produzido na Alemanha, é importado na forma de chapas, que no Brasil passam pelo processo de corte e dobra na dimensão das peças. Elas chegam à fábrica e começam a tomar forma na área de funilaria, onde é feita a etapa da soldagem. O passo inicial é preparar a carcaça, com soldagem do teto, assoalho, laterais do veículo, paredes frontal e superior, rampa e caixas de rodas. Os grupos de peças são montados em 20 boxes. O comprimento é de 7 metros, a largura de 2,70 metros e a altura de 2,40 metros.
2) Soldagem da Carcaça
A solda em aço balístico é superespecializada. Os 50 soldadores contratados pela Iveco foram treinados durante quase um ano em fábricas da companhia na Europa. Montar a carcaça é como encaixar um quebra-cabeça. As peças maiores são feitas ao lado dos cascos dos veículos para reduzir a necessidade de movimentação delas na fábrica, com apoio de pontes rolantes e carrinhos transportadores. A primeira peça a ser montada é o assoalho e a última o teto. O mascherone funciona como gabarito da carcaça, onde ela é encaixada. Cada grupo de cinco pessoas trabalha na montagem de uma carcaça nas ilhas de soldagem.
3) Pintura
Depois de a carcaça ser lavada para limpeza de sujeira e oxidação eventual, vai para as cabines de pintura. Inicialmente, uma camada de tinta serve como base para que, em seguida, seja aplicada uma segunda camada de proteção balística. A pintura da camuflagem só é feita no fim do processo, depois dos testes e ajustes finais, o teto recebe uma camada antiderrapante.
O veículo transporta motorista, comandante da tropa, atirador e mais oito militares.
4) Linha de Montagem e Testes
Como o próprio nome diz, é uma sequência de estações de trabalho, onde são encaixados carcaça e chassi, motor, caixa de câmbio, reservatórios de ar, tampa de combustíveis, fios, tubos, bombas hidráulicas, centrais eletrônicas, suporte de bancos fixados no teto e unidos sempre acima do piso do carro, rodas, pneus, torre ou casulo, que abriga o atirador e as armas, sirene e sistema anti-incêndio. O passo seguinte são os testes em pista, de superação de rampa, de navegação e de dirigibilidade.
ótimo artigo, como questão, a adoção de uma versão 8×8 poderia diminuir a quantidade destes da versão 06×06 ? Teria alguma previsão desta distribuição de versões em %?
Forte abraço Padilha e ao DAN.
Se o Brasil consegue produzir um blindado como esse, oque nos impede de produzirmos veículos de combate como o osório?
Dinheiro num primeiro momento. Depois ir atrás do novo projeto para um blindado com lagartas. Pode parecer simples, mas a coisa é bem complicada. Não basta só construir a carcaça, o recheio eletrônico hoje em dia faz toda a diferença. Para isso, temos que ter muita verba para empregar. Quem sabe um dia?
Também o mercado externo, pois depois de produzir a quem venderiam? sem pedidos não faz sentido manter a linha de produção.
Orgulho danado!
artigo sensacionaaal! parabens ao EB, a iveco e a defesa aereanaval