Empresa é autorizada a operar aeronave apenas com fins de pesquisa
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorizou ontem pela primeira vez voos de um Veículo Aéreo Não- tripulado (Vant) por uma empresa privada. Até hoje, apenas a Polícia Federal havia obtido certificação civil para operar Vants – aeromodelos repletos de sensores controlados remotamente para executar missões programadas, também conhecidas como drones.
A empresa beneficiada foi a XMobots, baseada em São Carlos (SP), que conseguiu o Certificado de Autorização de Voo Experimental (Cave) junto à Anac seis meses depois de ter solicitado. A firma tem permissão para operar, apenas com fins de pesquisa, a Nauru 500, nave com 1,83 m de comprimento capaz de atingir 3 km de altitude. Os voos só podem ser feitos sobre áreas não povoadas.
Segundo Fábio de Assis, diretor da XMobots, o Nauru é a terceiro Vant da empresa e começou a ser desenvolvido no início do ano passado. À época, a companhia estava monitorando com a nave Apoena 1000 o projeto de reflorestamento do consórcio que constrói a Usina Hidrelétrica de Jirau, em Rondônia. É para tarefas de como essa que a Nauru foi feita. O aparelho custa a partir de R$ 200 mil e, de acordo com Assis, já foi vendido para algumas empresas.
– A nave é capaz de pousar sozinha em um ponto pré-determinado caso perca contato com a base e possui um paraquedas – contou o diretor. – Vamos realizar voos intensivos na região de São Carlos. Depois, trabalharemos junto à Anac para obter autorização de uso comercial, o que também é inédito no Brasil.
Em tese, nenhum Vant civil pode alçar voo sem o Cave. Porém, segundo fontes do setor, fabricantes ignoram a regra por causa da burocracia para obter o documento.