A Boeing continuará a construir o seu caça multifuncional F/A-18E/F Super Hornet, bem como uma versão de ataque eletrônico do mesmo até 2020, disse a própria empresa, diante da perspectiva de vender mais de 200 aeronaves para países estrangeiros e mais de 150 unidades para a Marinha dos EUA.
Michael Gibbons, vice-presidente da Boeing para os programas F/A-18 e EA-18, passou grande parte dessa semana mostrando as vendas adicionais do jato da Boeing para os funcionários do Congresso Americano.
Sua missão? Salvaguardar fundos para os 21 EA-18G Growlers no orçamento fiscal para o ano de 2014 do Pentágono. Gibbons também ressaltou as vantagens do F/A-18E/F Super Hornet para os congressistas, dizendo que a Boeing preparou um pacote de atualizações para o mesmo, para torná-lo mais competitivo com o caça de 5ª geração da Lockheed Martin, o F-35.
O F/A-18E/F Super Hornet é um dos últimos caças da Boeing em produção depois que a empresa perdeu em 2001 um contrato do F-35 para a Lockheed Martin. A Boeing também está construindo caças F-15 para a Arábia Saudita. A Boeing está apostando nos sucessivos atrasos e altos custos do programa F-35 em favor do seu caça, mas suas estratégia vem assumindo uma nova urgência nos últimos anos, uma vez que a produção do F/A-18 começa a desacelerar.
Simpatizantes da Boeing no Congresso apoiaram repetidamente a inclusão dos F/A-18 no orçamento da Marinha nos últimos anos, argumentando que a Marinha precisa de mais caças para preencher a lacuna até que o F-35 esteja pronto.
Gibbons disse à Reuters que a Boeing queria que os assessores do Congresso vissem o F/A-18 como uma opção viável se a Marinha reformulasse seu plano atual para usar dois esquadrões de F-35 e dois esquadrões de Super Hornets em seus porta-aviões.
O último contrato multi-ano da empresa com a Marinha termina em meados de 2015, mas a produção do Super Hornet e do Growler está prevista para ser executada até o final de 2016, uma vez que a Austrália anunciou na semana passada que iria comprar mais uma dúzia de Growlers, uma ordem sólida, mas apenas metade do número que a Boeing esperava vender.
A Boeing também está de olho nas perspectivas do Brasil, Malásia, vários países do Oriente Médio, que se recusou a nomear, onde a Boeing realizou vôos de demonstrações nos últimos anos. Analistas dizem Kuwait e vários outros podem anunciar contratos ainda este ano.
Boeing aumentou dramaticamente sua presença no Brasil durante o ano passado. A empresa anunciou uma arceria com a fabricante de aviões brasileira Embraer SA e com outras empresas.
A empresa está oferecendo ao Brasil e outros clientes internacionais um pacote de atualizações de preços em US$ 8 milhões a US$ 9 milhões para adicionar recursos ao Super Hornet, incluindo uma tela maior touchscreen no cockpit, rastreamento de mísseis, um motor com 20% a mais empuxo, novos tanques de combustível e uma baia de armas interno para tornar mais furtivo.
A Boeing está fornecendo dados da última versão do Super Hornet para outros dois países que estão repensando seus planos de F-35: Canadá, que está à procura de 35 novos jatos e Dinamarca, que precisa de 30 aviões.
Ao todo, Gibbons vê mais de duzentas possíveis encomendas internacionais para ganhar nos próximos anos, e ele vê a Boeing como um forte candidato para ganhar a competição de 36 aeronaves do Brasil, quando uma decisão é esperada para o terceiro trimestre.
A Northrop Grumman Corp, uma das principais fornecedoras da Boeing, está construído um protótipo para demonstrar a baixa assinatura do Advanced Super Hornet, apelidada por uns de “Super Duper Hornet”. Testes com essa nova versão serão levados a cabo pela Marinha Americana, disse Gibbons.
Ele disse que as melhorias estarão disponíveis para uso nos aviões dentro de três a seis anos. Ele também disse que a Boeing viu uma possibilidade de venda de 75-150 unidades para a Marinha, especialmente tendo em conta o seu custo operacional, que é o menor de qualquer outro caça em uso nos EUA.
Por US$ 16 mil a hora de voo, a Boeing disse que o custo operacional do jato é muito inferior ao do F-35, e seu preço de aquisição também é menor. Funcionários da Lockheed e do Pentágono dizem que preço de produção do F-35 está descendo, e oferece aos militares muito mais recursos, incluindo a guerra eletrônica avançada e capacidades de interferência e menor assinatura de radar.
“A Boeing espera é que a Marinha decida que não pode pagar uma versão baseada em porta aviões do F-35”, disse Loren Thompson, consultor de defesa, com laços estreitos com a Lockheed.
FONTE: Hartford Courant
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Defesa Aérea & Naval