Por Edvaldo Costa
O Diretor-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM), Almirante de Esquadra Alexandre Rabello de Faria, acompanhado do Diretor do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo, Vice-Almirante (Engenheiro Naval) Celso Mizutani Koga, visitou o Tanque de Provas Numérico (TPN-USP) da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).
O encontro, que contou com a presença do Reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, e do Diretor da Escola Politécnica da USP, Reinaldo Giudici, teve como objetivo estreitar laços institucionais e explorar novas possibilidades de cooperação científica, tecnológica e de inovação entre as duas instituições. O TPN-USP, localizado no campus da Cidade Universitária, é um laboratório hidrodinâmico computacional e experimental especializado no design e análise de sistemas offshore, portos, plataformas, navios e barcaças.
Com uma equipe de especialistas multidisciplinares e parcerias com diversas universidades, institutos de pesquisa e empresas de petróleo, o tanque se destaca como uma infraestrutura essencial para a engenharia naval no Brasil. Durante a visita, o Almirante de Esquadra Alexandre Rabello de Faria ressaltou a importância da longa parceria entre a Marinha e a USP. “Essa parceria não é exatamente nova. A Marinha e a USP trabalham juntas há 68 anos e soubemos hoje, com o reitor da USP, que essa é a colaboração mais longeva que a USP tem com qualquer instituição”, comentou.
O Almirante destacou ainda que o objetivo foi identificar oportunidades em áreas marítimas, eletrônicas e outros campos. “Estamos organizando formas de atuar em conjunto para produzir novas soluções, principalmente inovadoras, para a Marinha. A colaboração entre instituições é crucial para o desenvolvimento de projetos estratégicos que também beneficiam a sociedade”, afirmou o Diretor-Geral.
O Reitor Carlotti Junior destacou a importância da vinda da DGDNTM para a Cidade Universitária e a disposição da USP em fortalecer a cooperação com a Marinha. “A USP ficou muito contente com essa proximidade, que aumenta as possibilidades de trabalharmos ainda mais juntos em projetos futuros.
Hoje, estamos tendo a oportunidade de mostrar nossos simuladores que possibilitam realizar treinamentos para pessoas que vão trabalhar nos nossos portos. O tanque numérico e o tanque físico são capazes de prever o movimento no mar, tanto para embarcações quanto para estações de exploração de petróleo. Certamente, vamos ampliar as oportunidades, pensando também na geração de energia renovável para operações no mar e em plataformas”, ressaltou o Reitor.
A visita incluiu apresentações do Centro de Simulações (Simuladores Domo e Full Mission) e do Tanque de Ondas, conduzida por professores e pesquisadores da Poli-USP, além de discussões sobre futuros projetos conjuntos. A iniciativa reflete o compromisso da Marinha e da USP em promover a inovação e a pesquisa aplicada, visando ao desenvolvimento sustentável e à defesa nacional.
Segundo o professor Kazuo Nishimoto, do Departamento de Engenharia Naval e Oceânica, responsável por idealizar e implantar o TPN, trata-se de uma estrutura única no Brasil. “O Tanque de Provas Numérico é um laboratório que simula várias condições marítimas onde sistemas oceânicos ou navios operam. Nós simulamos o mar com ondas, vento e correnteza, e observamos a dinâmica de como o navio ou o sistema oceânico se comporta nessas condições ambientais. É um projeto que tem a ver com a Marinha do Brasil porque está ligado com o mar, com o oceano. Simulamos vários navios, que obviamente estão na jurisdição da Marinha, e ele é uma ferramenta que pode ser utilizada para validar vários sistemas que a própria Marinha projeta, constrói e opera no Mar do Brasil”.
O Diretor da Escola Politécnica da USP, Reinaldo Giudici, explicou que o TPN-USP é referência internacional na área de ensaios e avaliação de embarcações e plataformas, contribuindo significativamente para a economia brasileira, especialmente nos setores portuário e de óleo e gás. Também relembrou a parceria entre a Marinha do Brasil e a USP que começou com a criação do primeiro curso de Engenharia Naval do Brasil pela Escola Politécnica. Desde então, mais de 500 Oficiais Engenheiros e cerca de 2 mil Engenheiros Navais civis foram formados.” A cooperação resultou em diversas conquistas, como a criação do primeiro computador do Brasil, avanços na construção de reatores nucleares e desenvolvimento de inovações para Fragatas e Corvetas, além de equipamentos como o ventilador pulmonar Inspire, utilizado durante a pandemia de Covid-19″, enfatizou o Diretor da Poli-USP, Giudici.
Atualmente, a USP é a principal instituição de ensino e pesquisa do país, com cerca de 97 mil alunos matriculados, 11 campi espalhados por oito cidades paulistas, 42 entidades de ensino, 333 cursos de graduação e 264 de pós-graduação, além de quatro museus, 48 bibliotecas e quatro hospitais.
O Assessor de Orçamento e Finanças da DGDNTM, Contra-Almirante Nelson Márcio Romanelide Almeida, o Diretor Científico do RCGI e professor da Escola Politécnica da USP, JulioRomano Meneghini,o Chefe de Gabinete, Capitão de Mar e Guerra, Alessandro Pires Black Pereira, o Assessor Técnico de Projetos Estratégicos de Defesa, Capitão de Mar e Guerra Mauricio Pires Malburg da Silveira, acompanharam a visita.
FONTE: Agência Marinha de Notícias
FOTOS: 1SG Walney e 3SG Coronha