Por Luiz Padilha
Após a indicação de João Cândido Felisberto, um militar brasileiro da Marinha do Brasil, líder da Revolta da Chibata ocorrida em 1910, para o Livro de Heróis da Pátria, o comandante da Marinha do Brasil, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, enviou carta ao Presidente da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados criticando o projeto de lei nº 4046/2021 que trata da indicação.
Abaixo a carta do comandante da Marinha.
Comissâo de Cultura da Câmara dos Deputados
Em audiência pública de 24/04/2024, o Prof. Jules Marcelo Rosa Soto fez uma explanação calçada em dados e fatos históricos que vão exatamente no sentido contrário da indicação de João Cândido Felisberto para o Livro de Heróis e Heroínas da Pátria.
Assista ao vídeo abaixo e tire suas conclusões:
Pelo que entendi dessa confusão toda: bem medido e bem pesado, Marinha e marinheiros tem a mesma medida/massa.
Ato e consequência, tanto a atitude da Marinha são inaceitáveis como a dos revoltosos também o são. Se existia castigos torturantes da Marinha naquela época também matar crianças (portanto inocentes) com o uso de poderosos navios são igualmente inaceitáveis! A Marinha se apresenta com toda cordialidade mas não tem o caráter devido para condenar seus subordinados, assim como os revoltados acusam ser torturados mas também torturam: portanto hipócritas! De um lado vemos a hipocrisia da Marinha (segundo parágrafo do comandante) acusando os revoltosos de violência sendo que ela própria (e reconhecendo sua atitude nefasta se colocando como réu confesso) praticava essa selvageria cuja justificativa vazia do historiador é a de que era uma prática normal ás marinhas. “Há! todos faziam isso então é normal! Engula a seco”. Quando se fala de Marinha na verdade está se falando de pessoas e não apenas de instituições. Portanto seres falhos!
Do outro lado vemos excessos dos marinheiros descontrolados e sem nenhum líder que dominasse todo aquele ímpeto e ainda mais com direito a vingança desfigurando um marinheiro que fez uma denúncia de indisciplina no caso da bebida. Se eu não posso ter os prazeres garantidos pela bebida você terá um CASTIGO torturante. Tem medo mas não tem vergonha. A mesma tortura que eles acusam a Marinha eles também praticaram para defender seus interesses festivos a bordo. Em nome de prazeres regado a bebidas desencadeou-se toda essa crise. Portanto: culpados!
Então vemos que nessa história todos tem sua parcela de culpa: nem a Marinha (que se estende ao seu gestor, o governo) é isenta de responsabilidade no que aconteceu pelos castigos aplicados e vergonhosamente justificados pelo historiador como algo comum a todas as Marinhas da época, nem a atitude dos marinheiros que burlando as regras disciplinares estabelecidas transformaram um limão em uma limonada, com um saldo de mortes incluindo de inocentes crianças – o que é uma redundância. Além do governo ficar se preocupando com heroísmos poderia se preocupar também com navios de apoio logístico, renovação da frota fluvial, encomendar outro lote de fragatas, novos navios caça minas ou de submarinos projetos totalmente por brasileiros não acham? Isso falando apenas das necessidades da Marinha! Fica a dica governo!
Assunto extremamente polêmico porém creio que os argumentos do historiador são válidos.
Não há dúvidas de que João Cândido foi um personagem muito importante e destacado em seu tempo. Foi um líder que participou de ações históricas muito relevantes e foi de fato vítima de injustiças terríveis.
Porém elevar alguém ao nível herói da Pátria, creio que exija uma história de sacrifícios mais abrangente em relação aos propósitos e resultados.
Na minha opinião, ele deve figurar no rol de figuras notáveis da história brasileira.
Inclusive acho que se deveria fazer uma revisão na história da Inconfidência mineira e retirar os títulos de herói e martir da farsa chamada tiradentes. Uma farsa, um bode expiatório criado pelos verdadeiros líderes do movimento, e inclusive há evidências de que quem morreu no seu lugar foi um ladrão chamado Isidro Gouveia e foi ele para a França.
Mas obviamente que interesses políticos e militares preferem que a farsa tiradentes continue existindo.
Ué, João Cândido não pode ser herói, falar que o que aconteceu em 1964 foi um movimento lindo liderado por heróis, ah, aí pode… A quantidade de heróis subversivos é imensa e muitas vezes são essas ações subversivas que os tornam heróis. Pra citar apenas um vou com o exemplo de Duque de Caxias. Liderou um golpe, e se tivesse perdido seria um pária, ganhou (apoiado pelas elites) e virou herói.
Que golpe que Caxias liderou? Se estiver faltando do golpe republicano, mau tem como, Caxias morreu em 1880.
Depois que figuras como Getúlio Vargas, Leonel Brizola e João Goulart foram alçados ao status de “herois da patria” pelo Senado, nao duvido nada que tomando como exemplo seus antecessores, as próximas gerações de parlamentares venham a eleger Champinha, Pedrinho Matador e Francisco de Assis Pereira, o maníaco do parque à mesma condição.
Esqueceu do Tiririca? 😝
Kkkkk kkkk