Por Guilherme Wiltgen e Luiz Padilha
O ano de 2024 se inicia com a mostra de armamento do segundo submarino do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), que completou 15 anos no último dia 23 de dezembro, com a cerimônia de Mostra de Armamento do Submarino Humaitá (S 41) realizada hoje (12) na Base de Submarinos da Ilha da Madeira (BSIM).
O Humaitá é o segundo submarino da Classe Riachuelo, baseado no projeto francês Scorpène da Naval Group, fruto do acordo estratégico entre o Brasil e a França.
A cerimônia foi presidida pelo Ministro da Defesa, José Múcio, e contou com as presenças do Comandante da Marinha, AE Marcos Sampaio Olsen, do Diretor-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, AE Petronio Augusto Siqueira de Aguiar, do CEO do Naval Group, Pierre-Eric Pommellet, do CEO da Itaguaí Construções Navais, Renaud Poyet, entre outros convidados civis e militares.
Histórico do SBR-2
A cerimônia do corte da primeira chapa do SBR-2 ocorreu no dia 04 de setembro de 2013, quando a Máquina de Corte Hidrojato ‘Flow’ realizou o corte do primeiro elemento de alma da caverna nº 72, da subseção nº 10, da seção 2B do SBR-2.
No final de maio e início de junho de 2019, ocorreu o translado das seções do SBR-2 da Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM) para o Estaleiro de Construção (ESC).
A operação de transferência das seções foi realizada em quatro etapas para que pudesse ser realizada a montagem final do Submarino.
O Humaitá (S41) foi lançado ao mar no dia 11 de dezembro de 2020 e teve como madrinha a Sra. Adelaide Chaves Azevedo e Silva, esposa do então Ministro da Defesa, Gen Fernando de Azevedo e Silva, durante cerimônia realizada no Complexo Naval de Itaguaí.
Em sequência ao cronograma de testes de aceitação no mar, o S41 realizou o teste de imersão estática no dia 04 de novembro de 2022, procedimento decisivo para a avaliação de sua estabilidade no mar, e em março de 2023 foram os testes de Imersão Dinâmica e de Imersão em Grande Profundidade (IGP).
O primeiro Comandante do Submarino é o Capitão de Fragata Martim Bezerra de Moraes Júnior, que ainda como Capitão de Corveta, assumiu o cargo de Chefe do Grupo de Recebimento do Submarino (GRS) Humaitá, cuja missão foi de executar as tarefas referentes ao recebimento do submarino, a fim de incorporá-lo à Marinha do Brasil. O GRS está subordinado à Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM).
Submarino Humaitá
O Submarino Humaitá (S41), é o quinto navio e o quarto submarino a ostentar esse nome na Marinha do Brasil em homenagem a vitória que a 3ª Divisão da Esquadra obteve sobre a mais poderosa Fortaleza da América no rio Paraguai, em 19 de fevereiro de 1868, Fortaleza de Humaitá, durante a Guerra da Tríplice Aliança.
O seu antecessor, o Submarino Humaitá (S20), da Classe Oberon britânica, foi o primeiro de uma série de três submarinos. O S20 foi incorporado à Marinha do Brasil em 18 de junho de 1973 e teve sua mostra de desarmamento realizada em 8 de abril de 1996.
Após a cerimônia de Mostra de Armamento, o Submarino Humaitá embarcou os inspetores da Comissão de Inspeção e Assessoria de Adestramento (CIAsA) e suspendeu para iniciar o processo de transferência para o Setor Operativo da Esquadra.
PROSUB
Criado em 2008, por meio da parceria estabelecida entre o Brasil e a França, o PROSUB tem como objetivo a produção de quatro submarinos convencionais e a fabricação do primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear.
Contempla, além dos submarinos, a construção de um complexo de infraestrutura industrial e de apoio à operação dos submarinos, que engloba os Estaleiros, a Base Naval e a Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM) no município de Itaguaí – RJ.
Boa noite Padilha desculpe o off toppic vc sabe se o PAC defesa vai destinar verbas para programas pronapa e das Tamandaré?
Obrigado
Abs
Defasado, já beirando a obsolescência…
Acho melhor estudar mais um pouco sobre nossos submarinos, antes de falar isso. Melhor ainda. Pontue aqui para os leitores onde está a obsolescência.
Se toda nossa Esquadra estivesse “defasada” nas mesmas condições da Classe Riachuelo nossos vizinhos iriam surtar!
Boa tarde amigo Guilherme ou Padilha o submarino Tikuna contínua operacional junto com os SBR por muito tempo ainda?
Obrigado
Abs
Sim.
Duas observações: Parabéns ao povo brasileiro por mais essa conquista de nosso arsenal. Que Deus abençoe os tripulantes do submarino e o Humaitá! Outra observação é que na primeira oportunidade do presidente que iniciou o Prosub em colher seu fruto plantado a mais de uma década novamente no cargo não está presente. Ele esteve na mostra de armamento do Tikuna, tanto que tem fotos dele dentro do submarino com sua finada primeira-dama.
As tomadas aéreas do Humaitá demonstram o quanto o submarino é grande, se consideramos apenas a área a ré da vela para trás. O uso de drone nessa cerimônia foi nitidamente mais intenso, o que demonstra ao mesmo tempo uma atenção ás tomadas aéreas (que são belas, além de um meio de propaganda para a Naval Group) e mais um atraso do brasileiro em usar essa tecnologia para cobrir eventos dessa importância. Ou seja, drones já existem faz tempo mas só agora a Marinha percebeu seu potencial para a promoção de seus meios.
Enfim, temos 4 submarinos oficialmente em operação em nossa Esquadra sendo dois novos, 1 intermediário e 1 mais antigo. Espera-se que na cerimônia de lançamento e mostra de armamento do Toneleiro essa disposição dos submarinos sejam iguais as que vemos. E no caso do Angostura talvez a Tamandaré seja o plano de fundo da mostra de armamento.
10 anos e mais 4 meses, do corte da primeira chapa até o comissionamento. Impressionante e nem é o 1o submarino, que costuma ser mais demorado.
Nem parece que estamos falando de submarino Augusto! Isso mostra que não é a toa que poucos países constroem submarinos.
Nem é o primeiro… nem é o segundo. Por conta desse pensamento que se demora 30 anos desenvolvendo míssil.
Cadê o presidente ds República para um evento dessa magnitude ??? E o MinDef resolveu dar as caras ? Estava mais desaparecido fo que o defense secretário Loyd “Ratheon Rachadinha” Austin dos EUA….
Torço por um segundo lote.
Pra sugar o que sobrou do orçamento da Marinha, né?
Tem que se olhar outro lote do ponto de vista de investimento, Douglas, e não desperdício.
Melhor do que um segundo lote Felipe é o projeto de um lote nacional. Isso seria os frutos do Prosub para a próxima geração de submarinos.
Discordo, pois imagina o quanto tempo não levaria para o desenvolvimento de um produto nacional. Penso que o ideal é negociar com a França mais um ou dois convencionais e mais um ou dois nucleares. Negociado, temos aí uns 15 anos de produção, tempo suficiente pra desenvolver um projeto nacional.
E o custo d um 100% nacional?
Não existe isso de 100% nacional. O que poderia ser feito é uma desconfiguração visual o suficiente para chamar o projeto de um novo nome e não Scorpene.
Felipe/ Colombelli, se fosse para comprar de prateleira não teria transferência de tecnologia! A Marinha aprendeu a construir submarinos tendo a experiência da classe Riachuelo e com o projeto do nuclear. Todo esse investimento do Prosub será um enorme desperdício se a partir de agora não construimos nossos próprios submarinos. Quanto ao custo: submarino é caro mesmo, consequentemente não tem dependência estrangeira ainda mais em uma eventual situação de guerra.
Entendo o seu ponto, colega, mas continuo achando que você está errado. Olha só, se tudo der certo, vamos sair dessa brincadeira com 5 submarinos novos, correto? Pergunta 1: só iremos ter um Scorpene nuclear? Isso sim me parece ser um desperdício de investimento de tempo, dinheiro e energia. Segundo ponto. 5 submarinos novos certo? Quanto tempo levaria para o Estado brasileiro desenvolver uma nova classe de submarinos e colocá-los no mar? uns 25 anos no mínimo? ( sendo bastante conservador). Pergunta 2: Você quer que a MB só tenha 5 submarinos pelos próximos 40 anos? Eu não acredito que essa seja uma escolha adequada, principalmente quando olhamos para o cenário internacional, cenário no qual os Estados parecem, a cada dia, se estranharem mais.
A Marinha está errada no caso companheiro. O Scorpene é um produto francês, desenvolvido para exportação sendo inclusive um forte concorrente do submarinos alemão, ou seja, esquece o Scorpene! A vez dele no Brasil termina quando o Angostura for entregue. Comprar mais Scorpene é atender mais aos interesses franceses do que os nossos. Tratar o submarino nuclear como “só” coloca nossa Marinha como uma incompetente instituição por não saber construir um “só” submarino nuclear: a máquina mais fácil do mundo para se desenvolver e operar. Um único submarino nuclear por si só coloca uma dúvida no inimigo que você nem imagina! Isso porque os Uboats, (com diferentes tipos de autonomia) que eram convencionais tocaram o terror nos oceanos, imagina um “só” submarino nuclear o estrago que não faz. Lembrando que o Alvaro Alberto não deixaria esse submarino “só”.
Depende da quantidade de submarinos dessa nova classe e sua propulsão: você fala de novos submarinos nuclear ou convencional? Não ficou claro e isso faz uma grande diferença. Assim como aconteceu com a Classe Tikuna originalmente com duas unidades (o outro seria o Tapuia) a Marinha poderia desenvolver apenas 1 submarino como projeto experimental, apesar de que tendo o Labgene para desenvolver submarinos nucleares não teria dificuldade em produzir outra classe de convencionais usando esse laboratório. Lembrando que a Marinha quer 15 submarinos “básicos”.
Li tudo, mas acredito que ainda esteja errado. Penso que se a marinha não negociar, pelo menos, mais 2 Scorpenes, um convencional e um nuclerar depois disso tudo, jogamos dinheiro fora, pois, diferente de você, não vejo a possibilidade de um submarino nacional navegar nos próximos 30 anos.
O custo de um submarino 100% nacional cobre o custo da independência de peças sobressalentes e interesses franceses que prejudiquem a operação do submarino. Deixar um submarino caro desse parado porque os interesses brasileiros se chocam com o do francês sai caro! Quanto mais independência externa mais operacional será o submarino, portanto mais disponível. O caso do porta-avião São Paulo não foi suficiente para entendermos esse tipo de situação? Não poder vender o meio porque deve-se respeitar uma cláusula contratual que proíbe o descarte do navio para países que sejam inimigos da França (por exemplo).
O desenvolvimento da indústria nacional que atenda o máximo possível as necessidades desses submarinos que exigem muitas peças de alta tecnologia por se tratar de um navio subaquático também é uma forma de dissuasão já que podemos atender as exigências de nosso próprio arsenal.
3 anos pra testar um modelo ja homologado antes no S40 , o porque dessa demora gigantesca que foi o S 41 ?
Porque essa pressa toda? A operação desse submarino demonstra a complexidade desse tipo de navio. A tripulação treinou no Riachuelo. Acredito que o Grumec também deve fazer parte de muitos testes nos exercícios a partir de agora. Foi testado uma simulação com o Guilobel? Me parece que os desafios desse submarino são mais em baixo!
Sem condições. Cuidado, com esse tipo de raciocínio você pode ser escolhido Ministro da Defesa no Brasil.