O Programa de Desenvolvimento de Submarinos da Marinha (PROSUB) celebra 15 anos, no dia 23 de dezembro de 2023, e segue revolucionando a tecnologia e a indústria naval brasileira, consolidando-se como um dos principais Programas Estratégicos de Defesa do Brasil.
Concebido por meio da parceria estabelecida entre o Brasil e a França, o Programa contempla a construção de uma infraestrutura industrial e de apoio à operação e manutenção de submarinos, a construção e operação de quatro Submarinos Convencionais da Classe Riachuelo, e o projeto e construção do primeiro Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear (SCPN), objeto principal de todo o Programa.
Com dimensões continentais de 8,5 mil quilômetros de costa, o Brasil tem o mar como referência em todo o seu desenvolvimento. A imensa riqueza das águas, do leito e do subsolo marinho nesse território justifica seu nome: “Amazônia Azul”. É nessa área marítima que os brasileiros desenvolvem atividades pesqueiras, nosso comércio exterior e a exploração de recursos biológicos e minerais, onde acontece 95% de nossas exportações e importações, bem como preserva 90% do petróleo nacional e por onde trafega elevado percentual das comunicações digitais do País por meio de cabos submarinos. Para proteger esse patrimônio e garantir a soberania brasileira no mar, o Estado brasileiro, por meio da Marinha do Brasil, investe na modernização e aprimoramento de capacidades da Força Naval, ressaltando os esforços no desenvolvimento de tecnologias de defesa.
O PROSUB integra o Programa Nuclear Brasileiro e tem dotado a indústria brasileira de Defesa com tecnologia nuclear de ponta. Atividades de diversas naturezas inerentes ao do Programa fortalecem, ainda, setores da indústria nacional de importância estratégica para o desenvolvimento tecnológico e econômico do País, priorizando a aquisição de componentes fabricados no Brasil, prestação de serviços por empresas nacionais e promovendo incentivo ao nosso parque industrial, notadamente a Base Industrial de Defesa.
Sob o ponto de vista social, também promove uma série de benefícios, com destaque para a geração de empregos, a capacitação de técnicos e engenheiros e, principalmente, a qualificação profissional. Estima-se que todo o Programa possibilita a geração de, aproximadamente, 60 mil empregos diretos e indiretos, além do intercâmbio com mais de 18 universidades, instituições de pesquisa e 400 empresas.
O Programa cria, ainda, a possibilidade de nacionalização de sistemas e equipamentos, além da capacitação de empresas como fornecedoras independentes para futuros projetos. As principais tecnologias envolvidas no segmento nuclear do Programa também têm uso civil, provendo benefícios para outros setores como nuclear, medicina, agricultura e segurança alimentar.
Ao completar 15 anos, o PROSUB vem superando desafios. As construções da infraestrutura industrial, da Base de Submarinos e de instalações de outras Organizações Militares de apoio – o Complexo Naval de Itaguaí (CNI) -, estão praticamente concluídas.
A construção dos quatro Submarinos da classe Riachuelo também demonstra seu exitoso desenvolvimento, incluindo a absorção de conhecimento por relevante número de especialistas brasileiros. A Marinha do Brasil conta com o primeiro desses submarinos, o Riachuelo (S40), já em operação, enquanto os testes de aceitação no mar, do segundo submarino da classe, o Humaitá (S41), já foram iniciados, e a sua transferência para o Setor Operativo da Força Naval ocorrerá no início de janeiro de 2024. A previsão de prontificação dos demais submarinos, Tonelero (S42) e Angostura (S43) está planejada até 2025.
O corte da primeira chapa, realizado no dia 4 de outubro, deu início ao processo que buscará a construção futura do Submarino Convencionalmente Armado com Propulsão Nuclear (SCPN) e em vista dos resultados positivos, busca-se neste momento o avanço do projeto e da construção do SCPN.
FONTE: MB
Eu li uma reportagem sobre a construção de submarinos nos Estados Unidos. Lá eles precisam retirar submarinos ainda operantes de ação para fabricar novos. Por que eles fazem isso? Porque se a indústria parar todo o sistema de fabricação é desarticulado, os engenheiros e cientistas vão para outros lugares, os fabricantes vão desmontar as fábricas e investir em oitras coisas. Então se for necessário recomeçar a construção, reorganizar tudo isso se torna inviável. Bom, mas os Estados Unidos tem dinheiro para fazer isso. E nós? Quando terminar a construção dos 4 e do nuclear o que vai ser feito com toda estrutura e conhecimento adquirido? Esses submarinos vão ficar operacionais por muitos anos e toda a equipe que foi montada, vão ficar fabricando barcos de pesca? Daqui muitos anos o governo vai encomendar um novo submarino e aí? Onde estará a fábrica, a estrutura, os profissionais? Adquir conhecimento e tecnologia é muito legal, mas manter isso funcionando e sempre a disposição é o que diferencia os poderosos dos fracos
O S-40 está P, PO ou IM. Ainda não o vi em comissões….
Participou da última Operação e foi amplamente divulgado aqui no DAN…
Ander,
Boa tarde, penso eu que não tenha participado de uma conversa aqui, mas leio vocês e apresentarei minha opinião respeitando a todos e espero ser entendido e claro Respeitado como formador de opinião.
Pode ser que o Marco tenha tocado no cerne da coisa e por eu acreditar que divergir não significa ser o adjetivo que você redigiu direcionado ao Marco, eu posso opinar.
A aquisição de qualquer produto ou equipamento tecnológico em que seu ciclo de projeto e produção sejam transferidos para a indústria nacional capacitando nossos profissionais e de longe a melhor escolha, e de fato deve ser mais caro, e deve assim ser adquirido pois o custo de desenvolvimento e muito alto e cérebros não se compram.
Ocorre que vivemos em um país que começa até bem, mas não consegue dar continuidade a seus projetos, desta forma pagamos caro e não desenvolvemos e pelo contrário, já vi integrador de míssil (isto mesmo de míssil) montando móveis em São Paulo.
Observe o histórico dos equipamentos e projetos que adquirimos e que tiveram continuidade, então pode ser que o Marco, qual não conheço possa estar colocando seu ponto do vista de forma direta considerando que pagar mais caro e não ter capacidade moral para desenvolver, possa ser jogar dinheiro na latrina.
Você poderia nos dizer quantos profissionais foram contratados no início do projeto, foram capacitados e se mantiveram ou se mantém em atividade na produção dos equipamentos neste momento?
Você saberia nos dizer, ou dizer para o Marco o que aconteceu e acontecerá com toda capacitação destes cérebros nos próximos 5/10 anos ?
Como eu gostaria que o que se prega fosse aplicado, que o que se fala seja realizado que o que se inicisse fosse acabado e convertido em benefícios para toda nação.
Então como o Marco disse, quem saberia de fato responder ………?
Um forte abraço.
Mota
Selva, Brasil acima de tudo, abaixo de nada.
Perfeita sua colocação
É necessário aceitar a realidade como ela é e não em sonhos impraticáveis. Planejar é muito diferente de concretizar: é necessário ter em mente essa realidade, que atingir um objetivo no setor militar – principalmente brasileiro – é um acontecimento que requer muita paciência e a certeza da frustração. É claro que aquilo que se começa tem que ser concluído mas na prática é totalmente o oposto! Querer algo é fácil. Essa introdução norteia uma situação crônica da cultura brasileira em relação ao nosso poderio, já que envolve diretamente o poder político. Portanto burocracia e principalmente interesses fazem parte do pacote.
Percebam que essa condição por si só já é um desafio! Ou seja, eu nem precisaria dar maiores explicações das dificuldades que assombram o desenvolvimento, atualização e manutenção de nosso arsenal. Mas vamos lá: existe um processo chamado licitação, que é dividido em fases e mesmo quando é concluído requer mais um prazo para a negociação com o vencedor. Usei esse exemplo de licitação porque ele demonstra que a noção de prazo é obrigatório nesse setor. Agora somem isso que acabei de falar sobre burocracia com:
cancelamento de projeto (como o Prosuper);
falta de verba ainda mais justificando outras necessidades sociais;
falta de investimento industrial como Imbel e CBC. Enfim, deixa eu parar por aqui. É daí para pior!
Vou fazer um comentario que reflete a opinião de um leigo, são perguntas que não saem da minha cabeça, pois não consigo entender porque construir no Brasil é tão vantajoso???
Porque isto custa muito caro, ninguem “Transfere” nada de graça.
Se compra fosse direta, País a País, sem a famosa “transferencia de tecnologia” não seria possivel comprar e operar mais unidades???
De que adianta construir no Brasil, se não serão meios suficientes ???
De que adianta construir um submarino nuclear se nem navios de guerra temos em numero suficiente???
De que adianta querer operar aviões, se nem navios a marinha terá???
Aos inves de se investir verbas astronomicas para fabricar 4 no Brasil, não seria melhor comprar 8 de “prateleira” ???
Quanto a transferencia de tecnologia, ela será util daqui a 50 anos quando formos construir novos meios???
São essas as duvidas que tenho comigo que gostaria de dividir com voces…
Nossa Marcos, com todo o respeito, você é completamente novato no setor: seja bem vindo!
Construir no Brasil é vantajoso porque temos o domínio das tecnologias e produções do material considerado, também chamado de independente: quanto mais dependência, mais vulnerável fica nossa soberania;
É caro porque envolve a produção de algo sensível para se contrapor a ameaça que se quer enfrentar, e isso tem um preço. Ninguém transferiria um conhecimento tão importante a um inimigo. Tanto que há tecnologia que nem é transferido por mais caro que se possa vender – como a nuclear por exemplo;
A quantidade de unidades depende da precisão desse material, se pode mantê-lo, se é provisório, para cobrir lacuna, se é para substituir uma perda etc. Depende da situação;
Só se é suficiente se for uma compra externa, seria isso? Não faz sentido essa dúvida;
O que tem a ver a construção de submarino nuclear com o resto da frota? A pergunta insinua que a operação (e portanto a construção) desse submarino esta condicionado a uma frota numerosa. Ou seja, não tem sentido;
Nesse caso você deve estar se referindo a porta-aviões e seus caças: o uso de drones tende a diminuir a operação de aviões tripulados, tanto que é por causa desse tipo de tecnologia pilotado remotamente que o PHM Atlântico teve a nomenclatura alterada para NAM Atlântico justamente para atender essa nova doutrina naval;
Nesse item você esta totalmente perdido no projeto: é claro que (ou melhor nem tão claro assim) todo esse montante de recursos não é para comprar apenas os submarinos Marcos!!!!!! Pô! Estude o tema! Acesse aqui mesmo no DAN matérias sobre o Prosub e verá a amplitude desse projeto. Submarinos – incluindo o nuclear -, UFEM, estaleiro, base, simuladores, elevador especial para os submarinos, mão de obra qualificada, PNM, Labgene, mísseis, torpedos, minas, despistadores, projetos, transferência de tecnologia, testes como a seção de qualificação só para mencionar o que me veio a cabeça. Tudo isso custa caro! Sim, poderíamos comprar de prateleira mas boa parte desses recursos não viriam juntos. Além disso, remetendo ao que foi dito na primeira pergunta, construir esses navios no Brasil é melhor, o que contraria a necessidade de comprar 8 sendo que os 4 adquiridos servem de experiência para uma nova classe totalmente nacional, ao invés de gastar dinheiro com 4 adicionais ;
Porque 50 anos? A Marinha poderia desenvolver um projeto apenas de submarinos diesel formando uma nova classe, como aconteceu com o Tikuna, mas agora baseado na experiência da Classe Riachuelo. O mundo militar tem que fazer parte de sua vida para entendê-lo Marcos, espero ter ajudado mas a partir de agora acesse mais o DAN para se manter mais antenado com o tema.
Grande conquista para o país. Espero que decidam encomendar mais unidades para manter, por muitos anos, a operacionalidade do estaleiro.
Pois é, e depois desse tempo todo o que temos são dois submarinos obsolescentes funcionando meio mais ou menos, sem AIP ou armamento moderno, e o tal do submarino nuclear continua um sonho de noite de verão…
Cara, você é muito chato, até aqui vem perturbar!!!!!
É Antônio! Isso o que você comentou só mostra que projetar, construir e operar submarinos não é para amador. Tanto é que o Brasil é um dos poucos países que possui essa capacidade. O que temos nessa data em que esta sendo tratado o assunto é apenas 1 submarino e não 2, já que Humaitá ainda não está pronto para entrar em operação. Em outra palavras ele ainda é oficialmente do estaleiro, ainda não faz parte da frota.
E que amor é esse com o AIP? Se a Marinha não viu vantagem nesse sistema só mostra que essa opção não é viável para a estratégia naval brasileira. Para quem tem submarino nuclear o AIP é dispensável. É por isso que as pessoas precisam ter mais noção do que se esta tratando: entender de geopolítica, poder naval, indústria, influência econômica etc. Quanto ao nuclear, a construção dele já começou, pelo menos a seção de qualificação: não é sonho agora é uma inicial realidade.
Cada uma que somos obrigados a Ler, em 15 anos Brasil conquistou o ciclo completo tem um estaleiro, fábrica e base naval de submarinos e vem um retardad@ escrever isso.