Numa declaração oficial recente, o Estado-Maior Conjunto das Forças de Autodefesa Japonesas alertou sobre um novo deslocamento do porta-aviões chinês Shandong (CV 17) da Marinha do Exército de Libertação Popular (PLAN). A presença do navio foi detectada em águas localizadas a 460 quilômetros da Ilha Miyako, pertencente à prefeitura de Okinawa, gerando o envio de meios da Força de Autodefesa Marítima do Japão com o objetivo de monitorar a atividade do segundo porta-aviões da China e de seu Grupo Aéreo Embarcado e Grupo de Escolta.
Ao longo de 2023, o Shandong, o segundo porta-aviões da Marinha do Exército de Libertação Popular, tem vindo a somar vários marcos na sua carreira operacional, sendo os mais notáveis os repetidos deslocamentos, em conjunto com o seu Grupo de Escolta, em águas do Pacífico Ocidental. Até o ano passado, a atividade do navio, comissionado em dezembro de 2019, estava limitada às operações no Mar da China. No entanto, como demonstraram os deslocamentos nos meses de Abril e Setembro, o Shandong já opera rotineiramente dentro da chamada “Primeira Cadeia de Ilhas”.
A presença do porta-aviões, inicialmente construído localmente pela China, não passou despercebida na região. O Estado-Maior Conjunto das Forças de Autodefesa Japonesas relatou que: “Em 28 de outubro de 2023, por volta das 7h, a Força de Autodefesa Marítima do Japão confirmou que cinco navios da Marinha Chinesa navegavam em águas aproximadamente à 460 km ao sul de Miyako, província de Okinawa. Esses navios incluem um porta-aviões da classe Kuznetsov chamado Shandong, dois destróieres de mísseis da classe Luyang III (indicativos 164 e 173) e duas fragatas da classe Jiangkai II (indicativos 536 e 570)”.
Acrescentando ainda que: “ foi confirmada a execução de operações aéreas com pousos e descolagem de caças e helicópteros embarcados no Shandong da Marinha Chinesa. Cabe destacar que o Grupo Aéreo Embarcado do porta-aviões é formado pelos caças Shenyang J-15, que podem realizar uma ampla gama de missões, como superioridade aérea e ataque anti-superfície. Além disso, possui aeronaves de asas rotativas, como os helicópteros Changhe Z-18 e Harbin Z-9.
Perante tal desdobramento, a sul da ilha de Miyako, que dista 400 quilômetros de Taiwan, a Força de Autodefesa Marítima mobilizou vários meios de exploração para monitorizar a atividade do Grupo Tarefa do Shandong, sem fornecer maiores detalhes sobre a atividade dos navios e aeronaves chinesas.
Neste momento, o Shandong é o único porta-aviões em serviço na Marinha do Exército de Libertação Popular, uma vez que o Liaoning ainda se encontra em trabalhos programados de reparação e manutenção no estaleiro de Dalian; enquanto o Fujian, o mais moderno da frota, ainda passa por testes portuários, sem data específica de entrada em serviço.
FONTE: Zona Militar
*Fotografias: Estado-Maior das Forças de Autodefesa do Japão