Baterias de Íon-Lítio são ‘Game Changer’ no cenário submarino

Por Dr. Lee Willett

O uso de baterias de Íon-Lítio (Li-Ion) a bordo de submarinos diesel-elétricos (SSKs) pode ter um impacto significativo nas operações navais subaquáticas, disse o contra-almirante Maurizio Cannarozzo, oficial da Marinha Italiana (ITN), gerente do programa U212 Near Future Submarine (NFS) da Marinha, durante o ‘Combined Naval Event 2023’ em Farnborough, Reino Unido, em 23 de maio.

A ITN está adquirindo até quatro submarinos U212 NFS para manter um nível de força de oito SSKs, juntamente com seus quatro submarinos diesel-elétricos Tipo 212A (T212A) em serviço da classe Todaro. Assim como os antecessores da classe Todaro, os novos submarinos serão adquiridos em dois lotes, com entrega prevista para 2027 e 2029 (para os submarinos U212 NFS NR.1 e NR.2, respectivamente) e 2030 e 2031 (para os submarinos NR.3 e NR.4).

Em fevereiro de 2023, foi anunciado que o programa havia ultrapassado o marco da Revisão Crítica do Projeto (CDR), antes de prosseguir para a produção dos dois primeiros submarinos. No início desta semana, veio o anúncio de que a construção da terceira embarcação foi aprovada pelo Parlamento italiano.

Dentro do foco abrangente em priorizar a tecnologia mais recente em todo o design e capacidade do submarino, as baterias Li-Ion devem ser instaladas em toda a classe. A tecnologia também será reinstalada no T212A em futuros trabalhos de atualização de meia-vida.

“Para o U212 NFS, o principal driver de design foi desenvolver tecnologia de ponta em qualquer aspecto do design e tecnologia do submarino,” disse o contra-almirante Cannarozzo.

A bateria Li-Ion tem sido um dos avanços tecnológicos mais importantes nas capacidades do novo submarino, acrescentou. Se esse desenvolvimento de capacidade for concluído, então – de acordo com informações disponíveis publicamente – a ITN seria a primeira Marinha europeia a implantar SSKs com tecnologia de bateria de íon-lítio.

Entregas previstas

A tecnologia Li-Ion para os barcos foi desenvolvida em conjunto pela OCCAR, a ITN e a indústria. Esta nova tecnologia oferece melhor desempenho, modularidade e escalabilidade, disse o contra-almirante Cannarozzo, com a bateria também projetada para aumentar a capacidade de integrar futuras tecnologias de células de combustível ou arquiteturas de bateria e reduzir os custos de manutenção. “A maior capacidade operacional foi confirmada por testes”, acrescentou o almirante.

O trabalho de desenvolvimento da bateria para atender aos requisitos de design e integração do U212 NFS está programado para ser concluído até o final de 2023. Esse trabalho de desenvolvimento inclui a bateria passando por seu próprio processo de CDR. O trabalho está em andamento no hardware e software da bateria e nos processos de produção, teste e certificação.

As baterias de íon-lítio são uma das várias melhorias de capacidade crítica que estão sendo entregues no design do submarino U212 NFS de 59 m e 1.955 toneladas (deslocamento em mergulho), explicou o contra-almirante Cannarozzo. Definido dentro de um foco geral de design em modularidade, capacidade de crescimento e maior integração, essas melhorias também incluem:

• Capacidade de guerra eletromagnética aprimorada;
• Automação adicional;
• Instalação de mastros eletrônicos acionados eletricamente;
• Sistema de gerenciamento de combate atualizado; e,
• Um layout aprimorado do centro de informações de combate.

No geral, disse o contra-almirante Cannarozzo, os submarinos U212 NFS fornecem um passo evolutivo em relação à capacidade revolucionária fornecida no T212As, permitindo que a ITN mantenha a consistência na atualização de sua capacidade e flexibilidade submarinas em comparação com o aumento da complexidade operacional no domínio submarino. Como a ITN procura continuar evoluindo a capacidade dos submarinos U212 NFS, a Marinha e a OCCAR já estão avaliando qualquer tecnologia no horizonte ou além do horizonte que possa oferecer capacidade aprimorada. Em termos de energia do submarino e da bateria, uma área de foco é o gerenciamento de energia.

TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN

FONTE: Naval News