Por Luciano Veneu
Nas últimas décadas, tornou-se clara a intenção chinesa de expandir sua influência pela América do Sul. A potência asiática se vale da necessidade de desenvolvimento social e econômico da região para prospectar na histórica zona de influência imediata estadunidense. Nessa conjuntura, a Argentina emerge como foco de uma disputa de poder, já que, após aderir à iniciativa Belt and Road (Boletim 157), o Estado platino abriu a possibilidade para uma instalação naval chinesa na cidade de Ushuaia, no extremo sul do Atlântico. Sendo assim, como os interesses chineses na região podem influenciar outros atores sul-americanos?
Para Pequim, buscar laços comerciais se tornou a forma mais efetiva de expansão de seu poder pelo globo. Iniciativas como a Belt and Road permitem ao país estabelecer vínculos com Estados distantes de seu entorno imediato, como nas Américas do Sul e Central e, principalmente, no continente africano. Nesse contexto, a Argentina se mostra uma importante aliada da China, já que Buenos Aires busca a modernização de sua economia e de suas Forças Armadas, encontrando no parceiro asiático uma alternativa para o embargo britânico sobre os produtos destinados à Defesa, resultante da derrota argentina na Guerra das Malvinas (1982). Ademais, Buenos Aires teria em Pequim um favorável credor para o desenvolvimento de infraestrutura no país e um aliado diplomático para sua reivindicação das Ilhas Malvinas.
Além disso, a possível instalação de uma base logística e comercial chinesa em Ushuaia, permitiria a Pequim o acesso ao Atlântico, em alternativa aos canais do Panamá e de Suez.
As Forças Armadas dos Estados Unidos (EUA) já se pronunciaram sobre o assunto, com a General Laura Richardson, do SOUTHCOM, se dirigindo ao Congresso estadunidense, em 23 de março passado, afirmando que a prospecção chinesa na Argentina é preocupante para seu país. Se concretizada, a iniciativa será uma porta de entrada chinesa nas Américas. Logo, faz-se necessário maior atenção às necessidades dos países sul-americanos, não priorizadas por parte do governo dos EUA.
Portanto, Pequim busca avançar sobre o entorno de Washington, enquanto a Argentina se beneficia dessa disputa de poder para atingir seus objetivos nacionais: desenvolvimento social, econômico, diplomático e militar. Sendo assim, a base de Ushuaia seria mais um passo chinês para a efetiva ocupação econômica — já que inicialmente seria um porto comercial — e diplomática do subcontinente, que necessita de investimentos estrangeiros para alcançar o desenvolvimento. A falta de prioridade dada pelos EUA ao seu entorno geopolítico, permitiu que o Estado asiático se firmasse como o principal parceiro para o desenvolvimento da América do Sul.
FONTE: Boletim Geocorrente
É claro que a mídia é tendenciosa e puxará sardinha para os chineses, isso é óbvio pela forma como o autor defende os interesses da China. Mas ele não trata do calote dos argentinos e nem da invasão da ilha Falkland como uma forma de desviar as atenções do povo argentino em relação a situação política da época, portanto não tem nada a ver com política externa americana. Aliás, outra demonstração de viés ideológico da imprensa é justamente considerar o nome da ilha como ‘Malvinas”, já que os ingleses venceram a guerra. Se existe restrição de acesso a armas por parte da Argentina no mercado é culpa dela mesma, já que está sofrendo as consequências de ter violado a soberania inglesa. Ou seja, os argentinos estão colhendo o que plantaram (sem falar na desonra de ser o primeiro país a ter um navio afundado por um submarino nuclear em uma guerra).
Tais objetivos nacionais colocam os argentinos como “vassalos” dos chineses, ficando dependentes deles correndo o risco de perderem sua soberania na área do tal porto dependendo dos interesses chineses que exijam um controle permanente dessa área. Por exemplo, a atracação de um destruidor chinês que precise de reparos ou de algum aliado dos chineses como os iranianos podem deixar os argentinos em uma situação complicada se negarem acesso.
E que história é essa de “subcontinente”? Nada a ver!
Existem estudos e pensadores q se preocupam em saber pq os filósofos da Grécia antiga desapareceram…., porque tudo tem início, meio e fim, termina, acaba.
Da mesma forma os grandes impérios do mal, existiram no hemisfério norte do planeta.
No oriente tem um ensinamento, “fluxo evolutivo natural”…
O certo é caminhar sempre p frente, nunca de lado ou para trás, logo ao meu entendimento o grupo brics é o futuro q todos deveriam aceitar, pois são formados por países q querem progredir, a cada um ao seu passo, mas caminhar p frente.
A Argentina e o Brasil poderiam se unir com outros países do brics e ate outros mais, e desenvolverem estudos, técnicas e formas de explorar os recursos minerais do fundo dos oceanos dos seus litorais, e as reservas minerais do continente deixariam guardadas, porque se não explorar vai vir outro e toma, principalmente o egoísmo, orgulho e arrogância dos países europeus envolvido no conflito do leste europeu.
Abraço.
Se sua ideia de caminhar para frente é se aliar com regimes totalitários fica bem complicado a situação dos argentinos. Esse futuro é inaceitável! Todo país quer progredir Roberto mas se aliar a esses dois aí é totalmente contraproducente. Vocês ficam divinizando os chineses como se eles fossem a saída para os problemas. Não seja ingênuo: eles estão defendendo os interesses deles, nem que para isso tenha que ajudar países falidos como a Argentina. O egoísmo, orgulho e arrogância que você descreve nos países europeus também é demonstrado pelos chineses em relação aos países vizinhos no sul do país.
André, obrigado por ser importar com o meu comentário.
Em filosofia existe a dicotomia, q siguinifica qd vc tem uma ideia e a outra parte tem outra ideia e a debater, discutir de forma pacífica, é claro, sai uma ideia modificada.
Em espiritualidade, no budismo q nasceu na Índia como religião, Brahma, Shiva e Nishu, e ao sair da Índia virou filosofia de vida, ensinasse q o ser é resultado do conhecimento + experiência + números de despertares, e quanto mais despertares tiver, mais rico espiritual será.
Logo ao fazer o comentário do editor, na qual sou grato pelos ensinamentos q eles postam, foi o meu ponto de vista e análise. Não “divinizo”, ninguém e nenhuma nação, porque são homens sujeitos a erros, falhas e tendências negativas, pois se fossem seres angelicais não estariam na 1a dimensão como eu, vc e os outros.
Portanto p mim a bola da vez está no brics neste momento, amanhã, só Deus sabe, será outro é por aí vai…
Por causa da identidade, individualidade e singularidade ou níveis de consciência e espiritualidade cada um tem o seu ponto de vista ou interpretação, e agradeço por se interessar pelo meu comentário.
Forte abraço.
Boa idéia. Vamos propor começar explorando minerais no litoral da China ou da Rússia. Eles vão adorar.
Os australianos através da Vale, explora os minérios em Minas Gerais. Os E s estão loucos para explorar os minério do Brasil…, se a China e a Rússia convidar o Brasil p fazer exploração p eles, seria uma boa pois estarão no brics, né!!!
Mas a minha colocação foi de uma forma e vc interpretou do sua, paciência são pontos de vistas diferentes, mas agradeço por se preocupar com o meu comentário.
Forte abraço.
Pequim busca a avançar sobre o entorno de Washington!!! Washington não avança sobre o entorno de ninguém?!
Os mais de 40 anos que a Argentina virou um pária não declarado do Ocidente e ficou na situação crítica de hoje, até que demorou para os militares/políticos argentinos admitissem sua condição de fato e escolhessem um aliado não ocidental para poder a voltar a ter um desenvolvimento e uma defesa militar mínima.
Vamos ver como nossos vizinhos vão lidar com as pressões americanas que não tardarão a acontecer e qual vai ser a resposta que os argentinos darão a ela…