Por Seth Robson
A Rússia está preparada para disparar contra navios e submarinos estrangeiros que entrarem ilegalmente em suas águas territoriais, de acordo com um alto funcionário citado por uma agência de notícias russa independente.
Qualquer decisão de ataque seria tomada apenas no “mais alto nível”, disse Stanislav Gadzhimagomedov, vice-chefe do principal departamento operacional do Estado-Maior, de acordo com um relatório da Reuters na segunda-feira que citou a agência de notícias Interfax.
A ameaça segue as alegações russas de que suas forças detectaram um submarino da classe Virginia da Marinha dos EUA operando no fim de semana perto das Ilhas Curilas, ao norte do Japão, onde a marinha russa estava realizando um exercício militar.
Moscou disse que o submarino dos EUA partiu em alta velocidade depois que as forças russas ordenaram que ele viesse à superfície. Os EUA negaram que o incidente tenha acontecido em águas russas em uma declaração no sábado que não chegou a negar totalmente a ocorrência de qualquer encontro.
A agitação ocorre em um momento de alta tensão entre os dois países. A Otan, incluindo os Estados Unidos, está alertando que a Rússia, que organizou mais de 100.000 soldados perto de sua fronteira com a Ucrânia, pode atacar seu vizinho em poucos dias.
“Mais batidas no peito”, é como Ralph Cossa, presidente emérito do think tank Pacific Forum no Havaí, descreveu a ameaça de fogo em navios invasores.
As forças dos EUA estão “olhando todos os dias” para a Rússia, mas não precisam invadir para fazê-lo, disse ele em entrevista por telefone na terça-feira.
Cossa disse que satélites e ferramentas de vigilância de longo alcance significam que um incidente como a queda de um avião espião U-2 operado pela CIA sobre a União Soviética em 1960 não aconteceria hoje.
Os russos mostraram que vão atirar em invasores inadvertidos, disse Cossa. Ele citou o 1º de setembro de 1983, derrubado por um caça Sukhoi Su-15 de um avião de passageiros da Korean Airlines que se desviou para o espaço aéreo soviético. Todas as 269 pessoas a bordo morreram.
Os coletores de inteligência normalmente ficam a 30-50 milhas da costa dos países que estão vigiando, disse Cossa.
“Acho que não há necessidade de penetrar nas águas territoriais das pessoas para ver o que está acontecendo”, disse ele.
A tensão com a Rússia está relacionada à ascensão da China, que as autoridades dos EUA agora falam como a principal ameaça, disse Cossa.
“Isso deve incomodar Putin”, disse ele sobre o presidente russo. “A China ameaça a primazia dos EUA, mas não é uma ameaça existencial para os EUA, a Rússia é. Eles querem respeito.”
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
FONTE: Star and Stripes
Lembrando que quando o HMS Defender adentrou em “águas russas” (Criméia), os russos já aviam avisado que após essa provocação, eles atiraram no navio invasor e não mais tiros de advertência.
De toda maneira os tiros de advertência continuarão a ser disparados e só depois, caso não se retirem, tiros nos navios.