Por John Vandiver
STUTTGART, Alemanha – O Reino Unido está tirando uma página do manual do Exército dos EUA, enviando centenas de tanques e veículos de combate de volta à Alemanha para que suas forças possam manobrar com mais liberdade pela Europa.
“Isso nos proporciona uma presença quase permanente na Europa, na qual não teremos que atravessar o canal britânico”, disse o tenente-coronel Julian Smith, porta-voz do exército britânico, na quarta-feira.
O plano se assemelha a iniciativas que transformaram a forma como o Exército dos EUA opera na Europa, onde novos depósitos de armas foram construídos para que os soldados que chegam para treinamento ou resposta a crises tenham equipamento de combate para usar.
Parte do equipamento já chegou a um posto do exército britânico em Sennelager, Alemanha, e o restante do equipamento deve estar instalado em meados do próximo ano, disse Smith.
Mover veículos de combate britânicos de volta à Alemanha apoiará os esforços da Otan para defender seu flanco oriental, disse ele.
O esforço do exército britânico, que ocorre apenas um ano após a conclusão da retirada de uma força da era da Guerra Fria com base na Alemanha, é parte de um esforço mais amplo em direção a uma postura de defesa mais durável no exterior.
A iniciativa, chamada de Future Soldier, também exige o pré-posicionamento de equipamentos do exército britânico no Quênia e em Omã, dando aos soldados centros regionais na África e no Oriente Médio.
“Tropas virão do Reino Unido para conduzir seu treinamento e usar os veículos que já estão lá”, disse Smith. “Teremos uma presença persistente nesses países.”
Estabelecido como uma força de ocupação após a Segunda Guerra Mundial, o Exército Britânico do Reno somava mais de 50.000 soldados nas décadas de 1970 e 1980. Seu número começou a diminuir após o fim da Guerra Fria e as últimas forças permanentes deixaram a Alemanha na última década.
Uma diferença das missões britânicas anteriores na Alemanha, é que os soldados e suas famílias não irão fixar residência permanente no país, como foi o caso durante a Guerra Fria, disse Smith. Em vez disso, a ênfase está em rotações de tropas mais longas.
O crescimento americano na Europa tem sido parte de um impulso mais amplo para se rearmar após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2014.
Naquela época, todos os tanques de batalha do Exército haviam sido retirados do continente como parte de uma longa redução pós-Guerra Fria que enviou dezenas de unidades de volta aos EUA.
Os novos centros regionais do Future Soldier também fazem parte de um esforço para agilizar a força para implantações mais rápidas, disseram as autoridades.
“Nosso futuro exército será mais enxuto, porém mais produtivo, priorizando velocidade e prontidão em vez de massa e mobilização”, disse o ministro da Defesa, Ben Wallace, no mês passado, em um anúncio do plano do Futuro Soldado.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
FONTE: Star and Stripes
O problema é que esses depósitos de veículos serão alvos preferenciais de um eventual ataque russo, ainda que o verdadeiro perigo não seja a cleptocracia encabeçada por Putin ( que na verdade busca mais uma coexistência com uma OTAN próxima das suas fronteiras) mas sim a ditadura totalitária chinesa.