Por Victor Magalhães Longo
Após quase um ano da divulgação da Indo-Pacific Strategy da Alemanha, a primeira ação concreta foi tomada: no dia 02 de agosto, a Fragata Bayern suspendeu para ser empregada no Indo-Pacífico e irá operar, inclusive, no Mar do Sul da China (MSC).
A embarcação fará manobras com Marinhas amigas e visitará países como a Austrália, Coreia do Sul, Japão e Vietnã. Sendo assim, é razoável indagar o que isso representa para a política externa alemã em relação à China e qual mensagem transmite aos seus aliados tradicionais na região.
No início do século XXI, os alemães adotaram uma política para a China semelhante à dos EUA: defendiam que a abertura econômica chinesa, especialmente sua entrada na Organização Mundial de Comércio, resultaria na sua abertura política e no respeito às normas internacionais. Hoje, o gigante asiático continua distante de ser uma democracia liberal, mas é o maior parceiro comercial da Alemanha e decisões políticas internas fazem com que o governo alemão seja brando ao criticar a China sobre o desrespeito à Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar e às violações aos direitos humanos, especialmente em Hong Kong e Xinjiang.
Uma mudança de postura alemã aparenta ser cada vez mais urgente. Atualmente, há tanto uma pressão interna
de sua sociedade, que demanda que o governo tenha uma atitude mais firme contra tais violações, quanto uma
pressão externa de seus aliados internacionais, como Japão e Estados Unidos, que esperam que Berlim apoie ativamente os esforços para conter o expansionismo chinês. Contudo, o emprego da Fragata Bayern como instrumento de diplomacia naval não sinaliza uma mudança expressiva da política externa alemã em relação à China.
A Fragata Bayern não navegará pelo estreito de Taiwan ou a menos de 12 milhas náuticas de territórios disputados, optando por uma rota de navios comerciais ao passar pelo MSC. Além disso, o governo alemão propôs, ainda que tenha sido recusado pela China, que a Fragata fizesse uma parada em Xangai, o que foi malvisto pelos seus aliados na região.
Ao que parece, as diversas cautelas adotadas pela Alemanha servem para garantir que não contestará as reivindicações territoriais chinesas, o que indica que tal missão é fruto do constrangimento vindo de seus aliados e não exatamente uma mudança da sua política externa na região. Caberá observar quais os próximos passos dessa política Indo-Pacífica, já que apenas essa missão com uma Fragata poderá ser insuficiente para cumprir as expectativas concernentes a um país do peso geopolítico da Alemanha.
FONTE: Boletim GeoCorrente
Isso ai mesmo,em primeiro lugar os empregos gerados pelos investimento chineses na Alemanha, depois um faz de conta pra agradar os yankees e a OTAN !!!!
Isso servi de exemplo para o Brasil !!!!