Por Younis Dar
Apesar dos caças Rafale terem vencido o primeiro duelo contra o Gripen, a Suécia recentemente fez uma nova oferta para vender seus caças Gripen para a Índia, enquanto a Força Aérea Indiana pretende adquirir 114 caças para substituir sua frota envelhecida de jatos da era soviética.
O ministro da defesa sueco, Peter Hultqvist, fez um forte discurso sobre a evolução do jato de combate sueco para o governo indiano, dizendo que o negócio era “100% apoiado por seu governo”.
“A aquisição em andamento de aeronaves de caça multirole, onde o conceito do caça Gripen oferecido pela Saab é um bom exemplo de transferência de tecnologias e é 100% apoiado pelo governo sueco”, disse Hultqvist em um webinar de fabricantes de defesa indianos em 8 de junho.
Esta é a segunda vez neste ano que a Suécia lança seus jatos Gripen para a Índia. No dia 5 de março, o PM da Índia Modi encontrou seu homólogo sueco Stefan Lofven em uma videoconferência, onde os dois líderes teriam discutido assuntos importantes sobre vários assuntos, incluindo a venda de caças Gripen.
Depois que a IAF lançou uma licitação para adquirir 114 aeronaves de caça multifuncionais no valor de mais de US $ 15 bilhões para substituir seus antigos caças MiG, bem como aumentar o número de seus esquadrões, a SAAB tem trabalhado para chamar a atenção da Índia.
Caças Saab Gripen
O caça leve Gripen também foi um dos seis concorrentes na corrida pelo acordo anterior MMRCA para 126 caças, que mais tarde acabou com a Índia comprando 36 jatos Rafale em condição de vôo.
Combinado com sua baixa assinatura de radar e a capacidade de penetrar nas defesas aéreas inimigas, o Gripen é considerado uma aeronave formidável.
A aeronave de combate sueca multifuncional vem com uma configuração delta-canard e possui um sistema de controle digital fly-by-wire. Seu poderoso radar de busca e rastreamento permite a capacidade de “olhar para baixo” e tem um recurso de “rastrear durante a varredura” disponível para o piloto avaliar vários alvos em tempo real.
O que se destaca no Gripen NG é seu link de dados, classificado como o mais avançado do mundo. Os links de dados são essenciais para o combate aéreo moderno e muito depende deles.
O novo Electronic Warfare System (EWS) integrado torna o Saab uma fera e apresenta um Sistema de Alerta de Aproximação de Mísseis (MAWS) esférico de 360 graus. O nível de consciência situacional disponível para um piloto do Gripen é simplesmente sem precedentes e dá a eles uma vantagem decisiva.
Outra característica significativa do Gripen NG é a diversidade de armas que ele pode carregar, sem mencionar o avançado Meteor além do míssil ar-ar de alcance visual (BVRAAM), que vem com um alcance de cerca de 150 quilômetros. Até o Rafale está equipado com mísseis Meteor.
A variante Gripen E tem capacidade para transportar até sete mísseis MBDA Meteor, e a aeronave é equipada com o radar Leonardo ES-05 Raven Active Eletronicically Scanned Array (AESA), junto com o sensor infravermelho Leonardo Skyward G de busca e rastreamento (IRST).
Caças Gripen vs Rafale
De acordo com os principais especialistas em aviação, o Saab Gripen tem sido o caça contemporâneo mais barato para operar. Por US $ 4,68 bilhões, a Saab assinou um acordo com o Brasil em 2015 para a venda e fabricação local de 36 Gripen, que é metade do que a Índia pagou pelo mesmo número de Rafales da França.
De acordo com Ola Rignell, chefe da Saab Índia, “o Gripen tem o mesmo pacote de armas que o Rafale, incluindo o míssil ar-ar Meteor”, disse ele ao The Print em 2019. Ele acrescentou que o Gripen carregava todos os mísseis da OTAN, com exceção do míssil SCALP que é francês.
Rignell até se ofereceu para integrar o SCALP ao Gripen, se a Índia desejasse. Tanto o Meteor quanto o SCALP são fabricados pela empresa europeia MBDA e, de acordo com Rignell, ambas as empresas consideram o Gripen o jato mais maduro para testar esses mísseis.
No entanto, mesmo com todas essas garantias, o caça sueco não conseguiu impressionar a Força Aérea Indiana várias vezes, apesar de apresentar novas variantes da aeronave.
Acontece que o caça não atendeu às especificações técnicas e capacidades que a IAF estava procurando. E há muitos outros fatores que os tomadores de decisão levam em consideração ao processar esses grandes pedidos de aquisição.
Por que os caças Gripen não conseguiram convencer a Índia
Um fator importante que irrita a Índia é a decisão da Saab de vender sistemas de alerta antecipado para o Paquistão, que os usou um dia depois que a Índia atacou Balakote em 2019.
Em junho daquele ano, o marechal-chefe do ar Dhanoa, expressou seu descontentamento com a decisão da empresa durante uma visita à Suécia.
Após o ataque aéreo da Índia em Balakot, no Paquistão, uma das aeronaves cruciais implantadas pelo Paquistão foi o sistema aerotransportado de alerta antecipado e controle (AEW & C), fornecido a eles pela Saab. Os links de dados aprimorados e o uso otimizado da suíte de guerra eletrônica pelos caças do Paquistão provaram ser letais para as aeronaves da Força Aérea da Índia (IAF).
O Paquistão possui pelo menos seis Saab 2000 AWACS, junto com a Arábia Saudita, que possui dois dos sistemas. Embora Rignell tenha alegado que sua empresa não estava vendendo novos sistemas de aeronaves para o Paquistão.
A Saab eliminou qualquer chance de chegar ao novo acordo do caça MMRCA estabelecido pela IAF? Não sob a atual atmosfera geopolítica, dizem os especialistas.
Com as vendas de armas da Saab acontecendo ao Paquistão, arquirrival da Índia, contra o qual travou inúmeras guerras, será muito difícil para a empresa conseguir uma vaga na licitação para um acordo tão prestigioso que visa preencher a lacuna nas capacidades da IAF.
Outro fator, dizem os especialistas, tem sido a baixa influência política da Suécia como país no cenário mundial e nos principais fóruns, onde outras nações como a França tiveram um grande estrangulamento.
A França tem poder de veto no Conselho de Segurança da ONU e, com seu peso político, a França tem feito lobby pela Índia em muitos fóruns, algo que um país como a Suécia não pode fazer.
Acontece que o dinheiro não é a única coisa que importa nesses mega-negócios.
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
FONTE: The EurAsian Times
COLABOROU: Felipe Maia
Nem radar pronto e operacional o Gripen-E tem ainda!
O IRST também não deu o ar da graça.
Enfim, o Gripen-E promete para o futuro o que o Rafale já entrega totalmente operacional hoje.
Custos?
Extremamente relativo!
Se é barato mas não entrega disuasão efetiva, se torna caro, muito caro.
Outro detalhe que passou batido é que o pacote do Rafale pra Índia inclui o armamemto, inclusive METEOR e SCALP!
O nosso não tem armas, estão/vão ser compradas à parte.
The Rafale is an inferior fighter even compared to the Gripen C/D MS20 in the A2A role.
The main reason why is the only half way implementation of the Meteor on the Rafale, only having a one way communication to the missile and hence utilizing the missile very poorly. Another reason is the several times higher cost to operate the Rafale and the need for atleast twice as much maintenance. A combat aircraft needs to be able to scramble continously.
I you want to put a lot of bombs on the target on the first sorti then you buy the Rafale. If you want to keep putting bombs on the first target, second target, third, fourth …… then you buy the Gripen C/D or even better the Gripen E/F.
Just because a country is big and mighty doesn’t mean that they build better fighters, otherwise the Tejas would be a beast and not a cuckoo.
Outra questão é que o projeto de evolução do tejas o Tejas mk II é parecido demais com o Gripen E. Se o governo indiano escolhesse o Gripen, imediatamente teria de lidar com críticas nacionalistas que diriam que este dinheiro seria melhor empregado no desenvolvimento do Tejas mk II.
Tecnicamente uma comparação entre Rafale e Gripen é inviável… São aviões de caças de categorias diferentes!
Dispensar uma plataforma formidável que faz tudo o que o Rafale faz pela metade do preço de aquisição e menos da metade do custo operacional apenas por birra pelos 6 AWACS vendidos ao Paquistão seria irracional, portanto certamente outras implicações não divulgavei$ estão por trás destas escolhas.
Certamente que o maior problema da SAAB é não ter o mesmo poder de lobby da França, EUA e outros.
A falta de representatividade política, econômica e militar capaz de fazê-los jogar no mesmo nível já os fez perder disputas.
Desta forma até mesmo o F-16, que ganhou a alcunha labiosa de F-21, e que um Gen indiano chamou de “corda velha com nós novos” pode apresentar argumentos convincentes a níveis de ganho$$$ e apoio político e militar para levar o contrato.
E vamos considerar que pragmatismo parece não ser o forte da IAF, que estabelece operacionalmente a mesma exótica diversidade que existe em seu país em relação a etnias, religiões, deuses, etc.
É uma mistura de aguias, gaviões, pavões, cacatuas, aves do paraíso.
Quem sabe se além de SU-30, MiG-29K, Tejas, Rafale, Jaguar, Mirage 2000, também entrem no rol o Gripen ou o F-16, além do F-18 na marinha.
“Plataforma formidável” que nem pronta está?
“…faz tudo o que o Rafale faz…” levando 50% menos carga (pra dizer o mínimo)?
“…metade do preço de aquisição e menos da metade do custo operacional…” Como saber dados de um avião que nunca operou realmente, que sequer está operacional?
Na base da extrapolação?
Chute?
Os indianos não podem se dar ao luxo de esperar a SAAB resolver todos os pepinos do Gripen-E, eles precisam de aviões de combate prontos, operacionais, que funcionem de fato, e agora!
“Ganho$$$”…
Pagar perto de 130 milhões de dólares por um(1) caça leve e naturalmente limitado, isso é pensar em “ganho$$$” também, né?
Arrego, amigo!!!!
Vamos ser sérios e encarar os fatos como eles são. O Gripen-E ainda tem muita estrada pela frente pra chegar onde o Rafale está hoje, totalmente operacional, testado em combate real, operado por vários países relevantes (e outros nem tanto), com um leque de armas homologadas variado; enfim, um avião pronto, full operacional.
O pragmatismo dos indianos deveria ser seguido, pois colocar todos os ovos na cesta de um só fornecedor, isso sim é um risco enorme!
Eles já passaram por problemas sérios com os americanos, mais de uma vez, não podem se dar ao luxo de terem de ser puxa saco dos EUA pra conseguir manter seus caças voando. Daí terem aviões de várias procedências, pois se algum fornecedor embarga, não fica a frota inteira no chão.
Isso é pragmatismo!
Isso é pensar em guerra!
Operar apenas um único modelo de avião, de apenas um fornecedor, com tudo nele importado e sem nenhum controle por parte do operador sobre esses equipamentos; isso é assumir riscos enormes de deixar o País sem defesa aérea de uma hora para outra.
Vamos parar de birra, Índia, Egito, Indonésia, Grécia, Catar, Croácia, todos países com sérias questões de defesa, de guerra mesmo. Escolheram o Rafale porque é bom, ponto!
Abraços!
Sim, vamos parar de birra. E sua birra contra o Gripen E é exacerbada.
Sim o Rafale é excelente, e podemos considerar que a urgência dos indianos numa plataforma pronta para combate fez com que comprassem os 36 caças franceses. Mas em relação à concorrência do MMRCA, que visa prioritariamente um caça leve, o Gripen E é o melhor candidato.
Sim ele faz tudo que o Rafale faz mas leva menos carga, é monomotor, por opção de projeto, ressalte-se.
Não vou repetir todas as qualidades do caça citadas na reportagem, até porque você as refuta, por birra. Mas com um motor ele é tão veloz quanto, mais ágil, emprega uma gama muito maior de armamentos de diversos fabricantes, um trunfo, com os sistemas de contra medidas dentre os mais modernos, e sim gastando menos por obviedade, é monomotor, e sendo uma evolução de uma plataforma extremamente confiável e sendo usada a longa data com excepcional disponibilidade e confiabilidade, nem de longe há esta complexidade que você quer impor para tornar esta versão E plenamente operacional.
Neste ano de 2021 Brasil e Suécia estarão recebendo suas primeiras unidades, portanto até os indianos escolherem e assinarem o contrato, o jato já estará em ação.
E sobre esta sua visão de pragmatismo, de operar uma miscelânea de vetores sob a enganosa suposição que poderá evitar dificuldades em caso de embargo, em primeiro lugar consideremos que as complexidades e custos exorbitantes de logística, tornam esta sua hipótese um desvario para a maioria absoluta dos países.
A busca é por padronização, por redução de custos, por simplificação e rapidez, e a Índia enfrenta problemas com custos exorbitantes de manutenções e modernizações em sua frota muito diversificada, e no final a disponibilidade é severamente afetada. Vou repetir: no final a disponibilidade é severamente afetada.
Inclusive o fato do Gripen E usar armamentos de diversos fabricantes, isto é incomparavelmente mais vantajoso numa guerra que diversos caças de fabricantes diferentes cada qual usando apenas armamento do país que o produz.
Portanto a sua noção de pragmatismo operacional nada mais se torna que um inferno logístico, baixa disponibilidade e custos estratosféricos. Imagine administrar isto num conflito de alta intensidade contra um adversário poderoso como a China…
Eu não tenho birra, amigo, eu tenho fatos, é muito diferente!
Eu não vou debater marqueting de fabricante de avião que nem operacional está, não vou debater coisas como por exemplo a tal “gama muito maior de armas”.
Quais estão realmente integradas e operacionais no Gripen-E ?
Lembre-se, Gripen-C é totalmente diferente do E, vai ser preciso homologar tudo de novo, novas campanhas, mais grana, etc.
E pra que os indianos precisariam de todas essas armas se as que são usadas no Rafale são as mesmas ou até melhores, como o SCALP?
Vamos parar de birra e ficar repetindo marqueting como se fosse a realidade operacional!
Ainda não é, mas quando for, aí sim vamos comparar os fatos.
Sobre a logística e o tal “pesadelo” e como é importante usar um só avião, colocar tudo na mão de apenas um fabricante/país, reduzir ao máximo o número de fornecedores; se formos seguir seu raciocínio ao pé da letra, o Gripen está fora do MRCA, porque vai aumentar ainda mais a miscelânea de aviões dos indianos, não é mesmo?
Melhor os caras se concentrarem em menos aviões, ficando com SU-30MKI como caça pesado, Rafale como médio e Tejas como leve, não é mesmo?
Sobre caças usando armas somente do seu fabricante, você deve estar falando dos caças americanos, né?
O SU-30MKI usa mísseis ar- ar russos e indianos, bombas guiadas israelenses, míssil anti navio BRAHMOS dos próprios indianos, enfim, praticamente tudo de todos.
O M-2000 deles usa até R-73 acoplado ao capacete DASH israelense, além de bombas guiadas israelenses.
O Rafale usa mísseis da MBDA, exatamente os mesmos ou melhores que os do Gripen-E.
Se os russos os embargarem, eles podem usar os caças franceses e armas da MBDA.
Se os franceses os embargarem, eles podem usar o SU-30MKI e uma penca de armas de vários fornecedores, locais e estrangeiros.
Se o Gripen-E estivesse lá, seria mais uma opção aos embargos, mas como você disse que é melhor reduzir os modelos, o tal “pesadelo”, melhor não, né?
“Inferno logístico”, né?
De novo essa conversa!
Pra quem quer Força Aérea voltada para a guerra, uma certa variedade de fornecedores de armas e aviões é garantia de manter a operacionalidade, seja qual for o inimigo.
Guerra contra o Paquistão, aliado dos EUA?
Gripen-E no chão, pois usa motor e uma penca de sistemas americanos!
Mas segue voando Rafale e com certeza SU-30MKI.
Guerra contra a China?
Segue usando tudo de todos os fornecedores, no máximo alguma reclamação protocolar francesa ou russa.
E nós, espertos e mestres da guerra, com décadas de experiência em combate moderno?
Guerra com a Colômbia?
Embargo americano e a frota INTEIRA no chão!!!!
Guerra com qualquer vizinho?
Esperar autorização americana pra girar os GE-414, FBW, isso e aquilo.
Esse papo de um só avião e um só fornecedor é coisa de quem quer força aérea de desfile, de enfeite.
Muito bom no papel e em tempos de paz, ou pra quem pode escolher o inimigo conforme a preferência do seu único fornecedor de material.
Abraços!
Gripen não cumpriu requi$$itos técnicos.