Por Igor Rozin
No início dos anos 1970, o comando militar soviético buscava fuzis de assalto totalmente novos para substituir a desatualizada série AK-47. O Consórcio Kalashnikov apresentava seu novo modelo AK-74, enquanto seus rivais, na pequena cidade de Kovrov, revelavam o fuzil SA-006, que superava os famosos AKs em vários quesitos.
O AK-47 tem uma série de desvantagens: um cartucho excessivamente poderoso e uma automação desequilibrada. Isso resulta em baixa precisão de tiro, especialmente durante o disparo em pé, algo que não é bom para tiroteios de combate próximo e operações silenciosas em prédios.
O modelo SA-006, do concorrente da Kalashnikov, provou ser um fuzil de assalto com automação equilibrada e seu recuo foi reduzido quase pela metade.
“Durante os testes militares, tanto o AK-74 quanto o SA-006 provaram ser muito mais precisos que o AK-47 graças ao cartucho de calibre 5,45×39 mm. No entanto, o SA-006 era 1,5 vez mais preciso que o AK-74, que se tornaria a principal arma dos soldados russos nas décadas seguintes”, diz o editor-chefe da revista militar “Arsenal Otétchestva”, Víktor Murakhôvski.
De acordo com especialistas militares, embora o SA-006 não tenha sido adotado pelos militares, a arma recebeu uma série de modificações e foi adquirida em quantidades limitadas para unidades do FSB (Serviço Federal da Segurança, órgão que substituiu a KGB). A reencarnação do SA-006 é conhecida hoje como AEK-971.
“Ele tem menos recuo que um AK-74 e sua cadência de tiro é de 900 tiros por minuto, enquanto a do AK é de 600. Ele é bom, mas é muito sensível e serve apenas para soldados com experiência de tiro”, explica Murakhôvski.
Segundo ele, um soldado normal não pode sequer desmontar e montar um SA-006 / AEK-971, já que a arma tem muito mais peças que o AK-74 e requer instrumentos especiais.
“Também não se pode jogar o AEK-971 na terra e depois começar a atirar novamente”, diz.
Segundo especialistas militares, a decisão de adotar o AK-74 como a principal arma dos soldados soviéticos foi muito simples: ele é mais fácil de usar, mais conveniente e serve para todos os atiradores, desde iniciantes até profissionais. Além disso, a indústria soviética já produzia peças e cartuchos para a Kalashnikov havia muito anos e a escolha do AK-74 foi a opção mais acertada em termos econômicos.
FONTE: Russia Beyond