A visita de estado da presidente Dilma Roussef a Paris nestes próximos dois dias é abordada com relativo destaque por dois jornais franceses que circulam nesta terça-feira. Le Figaro e Les Echos ressaltam a afinidade política e o reforço da parceria estratégia e de cooperação entre a França e o Brasil como os pontos fortes desse novo encontro os presidentes François Hollande e Dilma Roussef.
Paris estende o tapete vermelho para o Brasil. Esse é o título escolhido pelo conservador Le Figaro para demonstrar a acolhida que a presidente Dilma vai encontrar na capital francesa durante sua visita de estado.
Desfile pela famosa Champs Elysées, discurso na Assembleia Nacional e jantar de gala no Paládio do Eliseu. É com grande pompa que a França recebe Dilma, escreve o jornal.
As relações entre os líderes são de grande afinidade e eles têm o mesmo combate: o crescimento como saída para crise. Dilma Roussef quer encontrar em Hollande um aliado contra as políticas de austeridade que comprometem a economia brasileira, escreve Le Figaro, lembrando que o crescimento do país será de apenas 1,5% este ano apesar dos inúmeros planos lançados por Brasília para estimular a economia.
Para o Brasil, a União Europeia comete suicídio ao impor a austeridade, informa o jornal sem deixar de lembrar que Dilma Roussef já repetiu várias vezes sua discordância com a política de rigor defendida pela chanceler alemã Angela Merkel.
O jornal também diz que a França mudou de tática e ao invés de querer empurrar o avião de caça Rafale a todo custo, trabalha agora com mais discrição e busca em seu discurso valorizar os benefícios da parceria estratégica que já está em curso.
Para o Econômicos Les Echos, Dilma Roussef vem à França sobretudo para mostrar que o Brasil é um país atraente para investimentos. Ela desembarca em Paris com a cabeça erguida, diante de uma popularidade de 80%, e em território amigo já que tanto ela quanto Hollande insistem no crescimento econômico como saída para a crise.
O Les Echos lembra que a novela Rafale já não é o ponto principal dos encontros entre Brasil e França e o importante é fortalecer as boas relações políticas e comerciais já que 500 empresas francesas estão instaladas no Brasil.
Como o país agora carece de mão de obra qualificada, Dilma Roussef deve prometer facilitar a concessão de vistos de trabalho para os franceses trabalharem no Brasil, afirma o Les Echos.
FONTE: RFI
Não fizeram nenhuma menção sobre o prosub?! Um programa dessa importância é uma carta na manga dos franceses no debate politico entre Brasil e França (principalmente para a França – inclusive podia se cogitar uma parceria para a construção do trem-bala francês para o Brasil).
No parágrafo que fala de Angela Merkel, ja podemos ter uma idéia da situação da concorrente alemã no Prosuper: sem chance (!), baseado nessa discordância de Dilma com a política externa de Angela e na tradição da MB em adquirir navios britanicos. Até DREADNOUGHTs ja tivemos!. Uma vez que o processo está em nivel político a Alemanha e Itália são carta fora do baralho, justamente por razões politicas como essas austeridades. E foi justamente uma politica italiana que cancelou a compra de navios daquele país para o Brasil. Essa mulherada!
A Espanha também perdeu, devido a política anti-brasileiros e por ser dependente de tecnologia de outros países europeus e Eua – quer dizer, eles não tem nada a oferecer; além da polêmica com a própria DCNS com os scorpenes. O concorrente koreano e Damen nem se fala – literalmente e ambiguamente.
Nos resta França e Reino Unido. A França deveria se empenhar mais em conquistar também o Prosuper, não apenas o FX2, ja que seu único rival são (mais uma vez) os ingleses na concorrência naval, se essa minha teoria das chances dos outros países no programa for concreta. Lembrando que ainda tem o Pronae e a aquisição de navios anfibios.