Por Luiz Padilha
Segundo fontes extra-oficiais, com o encerramento da participação brasileira na Força Tarefa Marítima no Líbano, a ONU convidou o Brasil para assumir a Combined Maritime Forces-151 (CFT 151) com HQ no Bahrein. No Líbano, a ONU passará o comando da Força Tarefa Marítima para a Alemanha, e o Chief of Maritime Operations (MAROPS), que é subordinado ao Force Commander da UNIFIL, também será alemão.
A Combined Task Force 151 (CTF 151) é uma das três forças-tarefa operadas pelas Combined Maritime Forces (CMF). De acordo com as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, e em cooperação com os estados costeiros do CMF, a missão do CTF 151 é deter, interromper e suprimir a pirataria e o assalto à mão armada no mar e se envolver com parceiros regionais e outros para fortalecer as capacidades relevantes a fim de proteger comércio marítimo e liberdade de navegação segura.
O CTF 151 foi estabelecido em janeiro de 2009 com um mandato específico baseado em missão anti-pirataria, atualmente endossado pela UNSCR 2500 (2019). Isso agora foi expandido para incluir a realização de operações de segurança marítima mais amplas em apoio ao CMF.
O CFT-151 fica no Bahrein, e está atualmente sob o comando da Marinha da Turquia. Embora não tenha havido nenhum incidente de pirataria no Chifre da África relatado no ano passado, o potencial de pirataria foi suprimido, mas não erradicado, então a missão do CTF 151 de deter e interromper a pirataria e o assalto à mão armada no mar, continua vital como sempre. Houve um ataque malsucedido de piratas na Bacia da Somália em abril de 2019, no entanto, os dois últimos ataques de pirataria bem-sucedidos na costa da Somália foram na primavera de 2017 e esses foram os primeiros ataques bem-sucedidos desde 2012.
A 5ª Frota dos EUA tem seu HQ em Bahrein, e não se sabe se a Marinha do Brasil precisará enviar navios para conduzir o seu comando. Verificando as atividades do CFT 151, as Marinhas da Turquia e de Omã, atuam na região.
A Marinha Real de Omã fornece presença temporária adicional em suas águas nacionais para reforçar a força-tarefa de combate à pirataria do CTF 151.
O futuro comandante da CTF 151 deverá ser um Contra-Almirante da Marinha do Brasil, mas ainda é muito cedo para ter todos os detalhes. Segundo a fonte, o Ministério da Defesa do Brasil já deu parecer favorável para que a Marinha do Brasil assuma a CTF 151.
O comando da CTF 151 é renovado a cada 4 meses, e a previsão é que a Marinha do Brasil assuma em Junho de 2021.
Histórico de comando da CTF 151
Date | Country | Number of Times |
11-Jan-09 | USA | 1 |
05-Apr-09 | USA | 2 |
03-May-09 | Turkey | 1 |
13-Aug-09 | USA | 3 |
20-Jan-10 | Singapore | 1 |
21-Apr-10 | ROK | 1 |
01-Sep-10 | Turkey | 2 |
29-Nov-10 | Pakistan | 1 |
31-Mar-11 | Singapore | 2 |
01-Jul-11 | New Zealand | 1 |
27-Sep-11 | Pakistan | 2 |
13-Jan-12 | Denmark | 1 |
29-Mar-12 | Thailand | 1 |
18-Jun-12 | ROK | 2 |
19-Sep-12 | Turkey | 3 |
13-Dec-12 | Pakistan | 3 |
07-Mar-13 | Singapore | 3 |
06-Jun-13 | Pakistan | 4 |
05-Sep-13 | UK | 1 |
12-Dec-13 | Denmark | 2 |
27-Feb-14 | Pakistan | 5 |
12-Jun-14 | ROK | 3 |
28-Aug-14 | New Zealand | 2 |
25-Nov-14 | Thailand | 2 |
26-Feb-15 | Pakistan | 6 |
31-May-15 | Japan | 1 |
27-Aug-15 | Turkey | 4 |
21-Dec-15 | Pakistan | 7 |
31-Mar-16 | Singapore | 4 |
30-Jun-16 | ROK | 4 |
27-Oct-16 | Pakistan | 8 |
09-Mar-17 | Japan | 2 |
29-Jun-17 | Turkey | 5 |
02-Nov-17 | Bahrain | 1 |
01-Mar-18 | Japan | 3 |
28-Jun-18 | Singapore | 5 |
27-Sep-18 | Kuwait | 1 |
21-Feb-19 | Kuwait | 2 |
20-Jun-19 | ROK | 5 |
20-Oct-19 | Kuwait | 3 |
20-Feb-20 | Japan | 4 |
25-Jun-20 | Turkey | 6 |
FO IKARUS: Uma Operação da CFT 151
A Força-Tarefa Combinada 151 (CTF 151) concluiu recentemente a Operação IKARUS (FO IKARUS) ao redor da Costa da Somália, Chifre da África e Golfo de Aden, aumentando a conscientização de sua presença na área e garantindo o fluxo de informações e coordenação entre a sede do CTF 151, seu navios e outras agências na região.
A operação internacional foi apoiada por parceiros, incluindo Djibouti, a Marine Nationale, a Força de Defesa do Povo das Seychelles, a Marinha Japonesa, a Marinha Espanhola e a Marinha da República da Coréia (ROK). Durante um período de três dias, as unidades conduziram um exercício de embarque, exercício de evacuação médica e coleta de dados de padrão de vida. As unidades também se engajaram com a comunidade mercantil local por meio de abordagens amigáveis e chamadas de conscientização marítima. Essas atividades funcionaram para assegurar aos marinheiros legítimos que o CTF151 está constantemente monitorando e patrulhando para impedir e interromper a pirataria no Oceano Índico e no Golfo de Aden.
As atividades não se limitaram apenas às unidades no mar. As atividades de coleta de informações ajudaram a desenvolver o quadro marítimo, auxiliando na compreensão da situação pelos comandantes. As Operações de Comércio Marítimo do Reino Unido (UKMTO) estavam ocupadas coletando dados e garantindo o fluxo de informações entre as unidades, enquanto o satélite canadense de Consciência Situacional de Sensoriamento Remoto Não Classificado (URSA) foi encarregado de coletar dados do espaço. A série principal de exercícios foi um incidente simulado, com um navio mercante abordado por piratas.
O esforço regional de contra-pirataria entrou em ação. Duas equipes da Marinha sulcoreana e da Marinha espanhola, suprimiram a ameaça e retomaram o navio. Para tornar as coisas um pouco mais complexas, um incidente simulado com vítimas imediatamente se seguiu, testando a interoperabilidade entre as unidades na região. O CMF coordenou com sucesso o resgate de helicóptero para a “vítima” e providenciou a evacuação para um hospital da Marinha francesa em Djibouti.
No geral, o FO IKARUS foi um exercício de enorme sucesso, atuando para impedir a pirataria, aumentando a visibilidade e exposição do CMF e de outros parceiros regionais importantes na área de operações, testando efetivamente todos os níveis de comando, desde os grupos de abordagem até staff do CTF 151.
Seria interessante para nós que uma vez terminado os 4 meses da missão, eles fossem renovados pelo menos uma vez a fim de proporcionar-nos o maior tempo possível de contato com aquela região e todos os atores navais e de Estado envolvidos. Uma missão com duração de 1 ano seria o ideal para podermos colocar o máximo de oficiais superiores lá. Com certeza o aprendizado será muito grande.
Outra coisa. No caso do envio de navios, sou de opinião que este é o tipo de missão para uma guarda costeira bem equipada e adestrada. Algo que não temos aqui vide a oposição ferrenha da MB à sua criação.
Existe uma miríade de tipos de navios oferecidos no merado que poderiam fazer esse trabalho, com deslocamento na faixa de 4 a 5 mil ton, como os modelos holandeses da Damen. São verdadeiros NaPaOc. Mas mesmo o projeto do CPN de 2 mil ton já seria interessante. Ressalto, para esse tipo de missão.
Enviar fragatas para ações contra pirataria é no mínimo contraprudocente.
Não iremos enviar navio para lá. Foi solicitado um acréscimo no período. Aguardando decisão da ONU.
Navio enviaremos para a futura missão da ONU no Golfo da Guiné.
Melhor mandar a Barosso ou algum patrulha da classe Amazônia.
Uma Niterói por lá seria cômico, desfilando ao lado de navios poderosos e modernos kkkk..
Wellington, para um comando de apenas 4 meses, para o Brasil, não se justifica enviar um navio. O custo operacionl longe da base é muito alto e como o período será curto, não acredito no envio de navios.
O meu ver todo treinamento é válido e muitas vezes a experiência adquirida não tem preço só lamento de não podermos mandar meios navais mais modernos e eficientes para essa e qualquer outra missão.
Para desfilar por aquela área, de altíssimo risco de conflito, dentro de um caldeirão explosivo, seria necessário um grupo tarefa composto de um “Global Combat Ship” do padrão de um type 45, ou Arleigh Burk, mais uma fragata type 23 ou FREMM e um navio de apoio logístico com carga seca, combustível, munições, tudo…. um TAKE classe Lewis and Clark, tudo funcionando 100%, tudo novo ( ate 10 anos de uso….ne….) não existiria aquela coisa de….. se quebrar o pau velho……a gente pára em uma praia e pega uns cocos…. e espera a fada SININHO…. para resolver tudo…é uma vergonha essa situação que se arrasta a mais de 20 anos ….. mais é verdade, não temos NADA….para fazer uma campanha dentro da Amazonia Azul…quem dirá, dentro do Golfo Persico….
Com qual navio?
Essa Marinha precisa de uma intervenção urgente, averiguar o que acontece, não é possível tanto dinheiro e nada. Hoje eu ainda estava pesquisando acerca da Marinha espanhola.
Meu amigo, será um comando de apenas 4 meses. Talvez não seja necessário enviar navio, pois como no Líbano, existem outras Marinhas lá. Esse intercâmbio é muito importante para a Marinha e para o país, lembrando que não se vai pra lá de graça. A ONU remunera, vide os 30 Piranhas dos fuzileiros adquiridos na época do Haiti. Basta um pouquinho de pesquisa para entender melhor.
É tudo que o almirantado de escritório sonha, uma missão que não terá navios envolvidos, apenas diárias em dólar. O bom é enviarmos um navio para treinarmos situações reais.
Não concordo com esse pensamento. Entendo que por se tratar de um comando de 4 meses, ele será um preparativo mais forte para que depois possamos atuar de forma mais dinâmica no Atlântico Sul, no combate a pirataria.
Pra mim o Brasil neste momento não tem que ir pro outro lado do mundo pra combater piratas, já temos este problema no nosso mar logo a frente, dentro do atlântico sul e costa africana, se a ONU quiser montar um aqui e colocar nossa MB pra assumir, seria bem vindo, caso contrário, seria interessante uma união de todos os países voltados pro Atlântico Sul fazer uma força tarefa pra este tipo de tarefa!
Vamos chegar lá no cambão rsrsrs
Com estas embarcações velhas, é até vergonhoso ver a nossa marinha atuando desse jeito.