Por Sanjeev Miglani e Huizhong Wu
NOVA DÉLHI/PEQUIM (Reuters) – A China começou a retirar tropas de sua fronteira disputada com a Índia nesta segunda-feira, disseram fontes do governo indiano, na esteira de um confronto entre os dois países no mês passado no qual 20 soldados indianos foram mortos.
Tropas lutaram durante horas com varas e porretes na noite de 15 de junho, e alguns morreram nas águas geladas do Rio Galwan, no oeste dos Himalaias.
A China ainda não confirmou se sofreu baixas. As mortes indianas são as maiores na fronteira em mais de cinco décadas, uma escalada dramática que levou a semanas de conversas entre militares de alta patente dos dois países para encontrar formas de apaziguar as tensões.
Nesta segunda-feira, os militares chineses foram vistos desmontando barracas e estruturas em um local do Vale de Galwan próximo de onde o confronto mais recente ocorreu, disseram as fontes do governo indiano, que não quiseram se identificar por não estarem autorizadas a falar com a mídia.
Veículos foram vistos se retirando da área, assim como de Hotsprings e Gogra, duas outras zonas fronteiriças em disputa, segundo as fontes.
No domingo, Ajit Doval, o conselheiro de Segurança Nacional da Índia, e Wang Yi, um dos diplomatas mais graduados da China, tiveram “uma troca de opiniões franca e aprofundada” a respeito da fronteira, de acordo com notas divulgadas pelas duas nações nesta segunda-feira.
Os dois lados disseram que concordaram com uma desmobilização considerável de tropas. A nota da Índia ainda disse que as duas partes concordaram em respeitar a Linha de Controle Efetivo (LAC) existente, que reflete posições ao longo do trecho contestado da divisa, mas esta referência não constava da nota de Pequim sobre a reunião.
Indagado se seu país retirou equipamentos do Vale de Galwan, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian, respondeu que os dois lados estão “adotando medidas eficazes para se desmobilizar e amenizar a situação na fronteira”.
“Esperamos que a Índia se encontre com a China no meio do caminho e adote medidas concretas para realizar o que os dois lados combinaram, continuar a se comunicar com frequência através de canais diplomáticos e militares e trabalhar conjuntamente para arrefecer a situação na fronteira”, disse Zhao em uma coletiva de imprensa nesta segunda-feira.
Ótima noticia. O que o mundo não precisa agora é de um conflito armado por duas superpotências nucleares e econômicas e uma delas nosso maior parceiro comercial.