Entrevista concedida ao Defesa Aérea & Naval pelo Contra-Almirante (EN-RM-1) Alan Paes Leme Arthou, gerente na Coordenadoria-Geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear da Marinha, sobre o Prosub , o SBr e o SBN.
Temos a noticia de que o nosso 1º SBR chegará em partes para ser finalizado aqui no novo estaleiro. O senhor poderia confirmar?
CA Alan: O SBR é, basicamente, formado por quatro seções, numeradas de ré para vante. No caso do SBR-1, as seções 3 e 4 estão sendo fabricadas na França e serão transportadas para o Brasil unidas. A construção dessas seções, naquele país, possibilitou a transferência de tecnologia de construção na modalidade “on job training” uma vez que conta com a participação de operários, técnicos e engenheiros da MB e das empresas envolvidas na atividade de construção.
Um dos passos mais importantes será a capacitação de construir a proa com os tubos de torpedo, capacidade esta, que não adquirimos quando da construção de nossos IKL-209. Essa capacitação depende de maquinário específico para sua construção?
CA Alan: A seção 4 é justamente e seção onde estão instalados os tubos de torpedo. A MB está sendo capacitada para fabricar, no Brasil, esta seção. O maquinário específico já foi adquirido e sua previsão de instalação, na NUCLEP, é para o 1º semestre de 2013. A seção 4 do SBR-2 será fabricada no Brasil.
Neste estaleiro teremos finalmente à nossa disposição um Syncrolift para movimentação de nossos submarinos?
CA Alan: Sim. O “syncrolift” será, inicialmente, usado como plataforma de lançamento dos submarinos construídos no Estaleiro de Itaguaí.
Com a opção de não termos o sistema AIP – MESMA, o que a MB inseriu na seção deste equipamento?
CA Alan: A MB não adotará a propulsão independente de ar (AIP) nos seus submarinos convencionais. Por esta razão, não se optou pelo sistema MESMA.
O sistema de leme será o mesmo utilizado nos Scorpene vendidos para o Chile, Malásia e Índia, ou o nosso terá outra configuração?
CA Alan: O sistema de leme será o mesmo do Scorpene vendido para os países indicados.
O torpedo escolhido para operar nos nossos SBr será o Blackshark ou o F-21, escolhido para o nosso SNBR?
CA Alan: O torpedo escolhido para operar no SBR será o F-21.
A escolha do F-21, se deve a integração do KAFS ao sistema Subtics ou poderemos utilizar o MK-48 nos SBR?
CA Alan: Para o SBR, a MB optou pelo sistema de combate e armamentos franceses.
Quais sensores e decoys teremos em nosso SBR? Teremos Towed Array? O sistema CONTRALTO da DCNS está incluso?
CA Alan: No caso dos sonares, além dos similares já embarcados nos IKL-209, o SBR disporá de “flank array”. Não está previsto o sonar rebocável. O sistema antitorpédico CONTRALTO será integrado aos SBR.
NOTA DO EDITOR: Defesa Aérea & Naval gostaria de agradecer ao Contra-Almirante (EN-RM-1) Alan Paes Leme Arthou, por todo o suporte concedido para a realização da cobertura que realizamos sobre o PROSUB.