Após o Parlamento alemão ter formalmente aprovado no dia 18.06 a aquisição de quatro Fragatas MKS 180 (do alemão MehrzweckKampfSchiff), hoje o Bundeswehr anunciou a assinatura do contrato com o estaleiro holandês Damen Schelde Naval Shipbuilding (DSNS).
O contrato, em torno de €5.6 bilhões, ainda inclui a opção para a aquisição de mais dois navios.
A MKS 180 será um navio de guerra para cumprir diversas missões, tendo os módulos projetados para essas missões específicas, o que tornará isso possível. Os módulos da missão estão no centro do que vai tornar prático a “multimissão” desses navios de guerra.
Essa modularidade é o resultado da experiência que o Bundeswehr obteve nas operações de estabilização, prevenção de conflitos e gerenciamento de crises.
A MKS deve possuir capacidade de patrulhar grandes áreas marítimas, e por longos períodos, em todo o mundo, podendo ser empregada se necessário, na evacuação de cidadãos alemães em situações de crise e entrar em combate contra outros navios de guerra no Atlântico Norte ou no Mediterrâneo, tendo também capacidade de guerra antissubmarino.
A variante básica já é um navio de combate completo. As unidades intercambiáveis complementam essa capacidade principal do navio, e tornam um navio específico. Para isso, estão planejados dois tipos de módulos de missão: um módulo para guerra ASW e outro para Emprego Geral.
O módulo de missão ASW transforma a MKS em um caçador de submarinos especializado. Os helicópteros embarcados junto com o sonar do navio, podem atuar em conjunto com os sensores de aviões de reconhecimento e submarinos aliados, possibilitando a MKS tornar uma grande área marítima segura contra perigos vindos abaixo da superfície.
O módulo de Emprego Geral, transforma o navio de combate multiuso em uma base flutuante, por exemplo, para missões antipirataria. Vários compartimentos permitem que pessoas possam ser detidas temporariamente a bordo. Um centro médico adicional possibilita exames médicos e estabelecer condições de quarentena.
Os módulos de missão são divididos em três áreas do navio. Um convés flexível está localizado na popa e mais dois localizados na superestrutura.
A troca dos módulos deve ser realizada de maneira rápida, sem interferência na estrutura do navio e sem a necessidade de enviá-lo para um estaleiro. Os módulos também devem suportar as condições climáticas e marítimas que prevalecem na respectiva área de atuação. A MKS poderá viajar desde os trópicos à regiões polares, pois vai possuir capacidade para navegar em águas cobertas de gelo.
A modularidade da MKS traz várias vantagens, pois os módulos de missão, que não são necessários, podem ser armazenados ou empregados de forma independente, conforme a missão que o navio que for cumprir. Desse modo, não é preciso adquirir todos módulos para cada navio.
O tamanho dos novos navios de guerra impressiona, quando comparados com outros navios da marinha alemã.
Para efeito de comparação, as fragatas da classe Baden-Württemberg são dez metros mais curtas e mais de 2 mil toneladas mais leves. A MKS também vai ser quase duas vezes maior que os navios da classe Bremen.
No entanto, a MKS terá uma série de características das fragatas da classe Baden-Württemberg, sobretudo a automação e baixa manutenção dos sistemas, bem como o conceito de tripulação múltipla. Isso permitirá que esses novos navios possam permanecer na área por até dois anos, enquanto que a tripulação de 114 pessoas possa ser substituída a cada quatro meses. Além dessa tripulação regular, podem embarcar até 80 tripulantes especializados para missões específicas.
FONTE: Bundeswehr
FOTO: Damen via Bundeswehr