Por Arnaud
Alguns estão enxergando essa mudança de escolha, por parte do Egito, como uma clara perda de influência da França neste país.
Nesta sexta-feira (29), a imprensa italiana revelou que a Leonardo estava negociando a venda de 24 caças EF-2000 Typhoon, no lugar de uma opção de compra de 12 caças Rafale da Dassault Aviation. Além do Typhoon, o fabricante italiano deve conseguir negociar a mesma quantidade do seu treinador avançado M-346. Caso esse negócio venha se concretizar, o Egito se tornaria o segundo país, depois do Catar, a alinhar dois modelos de caças europeus.
Depois de descartar a Airbus Helicopters, agora é a vez da Dassault pagar o preço pela união entre o governo egípcio e a gigante italiana Leonardo.
Essa situação de fato é devida a diplomacia entre os dois chefes de Estado, Emmanuel Macron e Abdel Fattah Al-Sissi. O egípcio tem pouco gosto pelas reflexões do francês sobre crimes cometidos contra jornalistas e blogueiros. O ex-general também foi abordado em questões relacionadas à igualdade de gênero, violência contra homossexuais e minorias religiosas. Definitivamente, os direitos humanos e a venda de armas não se misturam.
Menos atenta a essas questões, o Egito se volta para a Itália, que desejando ter novas aeronaves de combate multimissão, anunciou que pretende encomendar um lote de 24 caças Eurofighter EF-2000 Typhoon Tranche 3 à Leonardo durante o ano. O Egito também possui um número idêntico de caças Sukhoi Su-35, de superioridade aérea, fabricados na Rússia. Os Typhoons poderiam então substituir os antigos Dassault Mirages V que não foram modernizados em 2003, durante o programa Horus, e que permanecem no serviço ativo.
Esta futura aquisição do Typhoon dos italianos poderá enterrar, definitivamente, as esperanças da Dassault em vender mais 12 unidades do Rafale.
Como se isso não bastasse, a Força Aérea egípcia também pretende encomendar um lote de 24 treinadores Alenia Aermacchi M-346FT à Leonardo. Novamente, os egípcios substituiriam o Alpha Jet, de origem francesa adquirido na década de 1980, que em sua grande parte é dedicada ao treinamento avançado e o restante ao apoio tático,
por aeronaves italianas.
Além dos 48 aviões, o Egito também espera encomendar navios de guerra da Itália, particularmente as fragatas FREMM, que são construídas em conjunto com a… França. Há também questões sobre navios patrulha e de apoio, mas em um futuro mais distante.
Do outro lado dos Alpes, a imprensa já está falando de um contrato do século para Leonardo, que encabeça todo o programa de vendas, tanto das aeronaves quanto dos navios.
Um negócio envolvendo o M-346, o Typhoon e a FREMM, devem atingir a ordem de €10 bilhões, um resultado muito bom para a indústria italiana.
FONTE: AL
Se for, será por uma decisão política e não técnica… Não que isto não seja corriqueiro e trivial, mas o melhor é a combinação disso, do contrário estarão cometendo erros como da Índia ou Brasil…
Tendo como padrinho a Arabia Saudita, então pode tudo! Só acho que deveriam ficar com o Rafale, para não ficar feito a India com vários vetores diferentes. Uma despesa enorme em termos de logistica.