Por Roger Pereira
“O único porta-aviões da frota brasileira está aposentado e vai a leilão. Interessados em comprar o porta-aviões NAe A-12 São Paulo têm até o dia 9 de dezembro para apresentar proposta à Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron), responsável pelo certame.
O valor mínimo do lance é de R$ 5,3 milhões e o edital restringe a destinação final da embarcação “única e exclusiva de Reciclagem Segura e Ambientalmente Adequada de Navios”. Ou seja, o destino do quinto maior porta-aviões do mundo será o mesmo de seu antecessor: virar sucata. Para tentar evitar este fim para o navio, um grupo da sociedade civil uniu-se em uma instituição que tenta convencer o governo a transformá-lo em um museu flutuante.
Comprado em 2000 para substituir o porta-aviões Minas Gerais, vendido como ferro-velho para um “cemitério dos navios” em Alang, na Índia, o São Paulo foi fabricado na França e serviu à Marinha de seu país de origem entre 1963 e 1999, sendo utilizado em guerras e missões oficiais. Custou US$ 12 milhões ao Brasil, o equivalente a R$ 22 milhões na época.”
“No Brasil, passou por uma série de dificuldades, como problemas mecânicos e até uma explosão (que causou a morte de três tripulantes, em 2004), até ser retirado de atividade em 2017, após a conclusão da Marinha de que seria inviável modernizar a embarcação para que servisse às Forças Armadas até 2039, conforme previa o plano original.”
O NAe São Paulo em números
Nome original: FS Foch
Peso: 32,8 mil toneladas
Comprimento: 265 metros
Largura: 51 metros
Valor de compra: US$ 12 milhões
Valor mínimo do casco: R$ 5.309.733,65
Capacidade: 40 aeronaves
Distância navegada*: 85.334
Lançamento de aeronaves*: 566″
“O São Paulo era o único porta-aviões da Marinha brasileira, e o maior navio da frota. Nos 17 anos que permaneceu em plena operação por aqui, ficou um total de 206 dias na água, o que equivale a menos de 3,1% do período em que foi usado pela Marinha. Após um estudo sobre a possibilidade de modernizá-lo, a Marinha decidiu, em 2017, tirá-lo de operação porque concluiu que “o empreendimento exigiria elevado investimento financeiro, conteria incertezas técnicas e necessitaria de um longo período para execução”.
Com a desmobilização da embarcação, ele deixou de ter a condição de navio, e, assim, “não está sujeito à inscrição na Capitania dos Portos, nem o Registro no Tribunal Marítimo, bem como não se sujeita à hipoteca e nem se presta à navegação, devendo ser destinado exclusivamente a reciclagem segura e ambientalmente adequada (sucata)”, explica o edital do leilão.”
“Desde a desmobilização do São Paulo, o Brasil não conta com um porta-aviões em sua frota e, pela programação do Ministério da Defesa, não deverá contar na próxima década. Ao comunicar a “aposentadoria” do São Paulo, o comandante da Marinha, salientou que um porta-aviões estaria em terceiro lugar na lista de prioridades, depois da construção de submarinos nucleares no Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) e da renovação da esquadra no projeto Corvetas Classe Tamandaré. Hoje, o Brasil conta com o porta-helicópteros Atlântico. Os caças A-4 Skyhawk que faziam parte do porta-aviões São Paulo estão fixados na Base Aeronaval de São Pedro da Aldeia (RJ).”
O São Paulo tem mil toneladas de amianto
Além de não poder utilizá-lo para nenhuma outra atividade que não a reciclagem do casco, o comprador do navio não poderá reutilizar peças sobressalentes, terá que arcar com os custos da remoção da embarcação, hoje atracada no Rio de Janeiro, e ainda lidar com uma sensível questão ambiental: o navio possui até mil toneladas de amianto (elemento considerado cancerígeno), o que o impede de ser naufragado e obrigará o comprador a realizar uma delicada operação de remoção da substância tóxica.
A ONG Shipbreaking Platform, uma coalizão de organizações ambientais internacional que luta contra a poluição e pela preservação da saúde dos trabalhadores envolvidos no desmanche de navios enviou ofício ao Ministério do Meio Ambiente brasileiro solicitando que seja proibida a venda do São Paulo a desmanches de navio do sul da Ásia, como o da Índia, que comprou o Minas Gerais, por eles não terem tecnologia para realizar a remoção do amianto.
“Permitir a exportação do porta-aviões São Paulo para as praias do sul da Ásia constituiria uma violação do direito internacional. O Brasil é signatário da Convenção da Basileia sobra Movimentos Transfronteiriços e Descarte de Resíduos Perigosos, sob a qual estão regulamentados o amianto e vários outros materiais perigosos contidos na estrutura do São Paulo”, diz o ofício.”
Para o porta-aviões São Paulo não virar sucata
Desde o anúncio da desmobilização do porta-aviões São Paulo, um grupo de ex-militares se articula para não deixar que a embarcação tenha o mesmo destino que seu antecessor: um “ferro-velho de navios”. Há um ano, eles fundaram o Instituto São Paulo/Foch, com o objetivo de transformar o navio em museu flutuante, atracado no Porto de Santos.”
“A ideia é criar áreas de exposição no convés do São Paulo, além de restaurantes, cinemas, escritórios e salas de aula. Segundo o presidente do instituto, Emerson Miura, a proposta visa a preservação do patrimônio histórico e desenvolvimento cultural, educacional e econômico, com a criação de 1.300 empregos diretos.
“Desde a concepção do projeto, nós mantivemos contato com a Marinha do Brasil, para que fosse possível a apresentação do mesmo, deixando claro que projeto irá desonerar a Marinha e a máquina pública. No entanto, com a mudança do comando da Marinha do Brasil no final de 2018, não houve mais comunicação com as autoridades envolvidas perante essa proposição. Neste mesmo período havia um pré-agendamento para apresentação de todo conteúdo de nossa proposta para Marinha do Brasil, mas infelizmente até a presente data ficamos sem resposta, após inúmeras tentativas que estão documentadas”, conta.
Depois de várias trocas de ofício, em 21 de novembro de 2018 a Marinha informou ao Instituto que decidiu dar outra destinação ao porta-aviões, o que inviabilizava a concretização do projeto. “Estávamos em conversação com a Marinha, mas o processo foi interrompido e abriram essa licitação. Estamos acompanhando e ainda não desistimos. Estamos pedindo, agora, para que a Marinha volte a nos ouvir. Até janeiro, seguiremos lutando. Não piscaremos os olhos enquanto a questão não for encerrada”, disse.
“Temos parceria com a associação de veteranos do porta-aviões da França até para lidar com a questão do amianto. Não podemos acreditar que a Marinha prefira transformar essa história em sucata”, concluiu.
Hoje, o instituto ao mesmo tempo em que trava uma batalha jurídica para travar a licitação e receber o navio através de uma concessão da Marinha, tenta, também, mobilizar a iniciativa privada para angariar recursos e participar do leilão.”
Esta venda é um crime, mas parece que não se concretizou AINDA…
Este meio ainda possui um certificado emitido pelo Bureau Veritas de que seu casco externo continua em boas condições.
ISTO é o que sempre interessou no ex-Foch e por cegueira a MB sempre usou esta unidade querendo operá-la ignorando seu estado interno REAL.
O preço original de compra de 12 milhões de dólares (pouco mais de um Super Tucano) pago pelo então governo FHC, demonstra sem sobra de dúvidas que o governo e as autoridades militares francesas SABIAM que a unidade estava condenada e tinha baixíssimo valor.
O governo brasileiro e principalmente as autoridades navais brasileiras é que insistiram a manter o falecido em operação, a ponta de faca, e as consequências desta malfadada decisão são conhecidas…
O ex-Foch SERVE para justamente o que SEMPRE SERVIU ser um casco de base para construir-se um NOVO Porta-Aviões!!!
O mesmo que se sucedeu aos antigos cascos de NAe russos para a Índia e a China para experimentar, entender e praticar as habilidades de engenharia naval na construção deste tipo de unidade.
REPITO o que eu digo sempre, SE a Marinha do Brasil não abdicou PARA SEMPRE da ambição de ter ou obter porta-aviões no futuro, desfazer-se deste casco UTILIZÁVEL é o maior crime que as atuais autoridades navais podem perpetrar contra o futuro da ESQUADRA BRASILEIRA…
Atraquem ele no arquipélago São Pedro e São Paulo. Iria calhar bem, uma pista de pouso para pequenas aeronaves e helicópteros, além de muitos lugares seguros para pernoitar, cobrariam uma bagatela de turistas para ser utilizado como hotel e serviria muitissimo à pesquisa na região e para a própria marinha, o utilizando como base militar avançada no Atlântico. A melhor ideia até agora. Palmas!
Ou então venda para os chinas, tenho certeza que eles o reformariam por um punhadinho de corona, o transformando no Ching Ling Sea!!
Um jovem do interior de Pernambuco sonhador queria conquistar o mundo ser tanta coisa mas suas limitações lhe daria apenas algumas poucas oportunidades na vida, uma delas foi ter a oportunidade de dá alma a essa belo nave. Poucos viverão emoções grandiosas que vivemos durante 10 anos. Toi et Moi Foch Mouse somous ami pour tourjour!
É uma pena, depois dizem que o povo brasileiro é desmemoriado, mas como, se todo lembrança de vulto e significativa é varrida da presença dos presentes e futuros brasileiros….como projetar o futuro sem um passado ???
Até onde se sabe, o problema do São paulo é no sistema de propulsão e catapultas.
deveriam fazer um estudo sobre a viabilidade de se instalar esse reator nuclear que estão desenvolvendo para o submarino no A12.
O reator que está sendo desenvolvido para o Submarino Álvaro Alberto, o SN-BR, o primeiro submarino nuclear brasileiro, terá potência para suprir uma embarcação de, no máximo, seis mil toneladas, que é o peso quando submerso do SN-BR. O porta-aviões São Paulo tem peso de trinta e duas mil toneladas, mais de cinco vezes o peso do submarino. Mesmo dois reatores desses não seriam suficientes para suprir de energia um porta-aviões, seria necessário desenvolver um reator bem mais potente do que o do SN-BR.
A realidade e uma so Este SUCATAO vai virar Lamina de barbear SIM , se um nae que tinha que virar Museu era o NAEL MINAS GERAIS queprestou grandes serviços a Armada brasileira e ao povo brasileiro ; Agora este sucatao que tirou vidas de marinheiros brasileiros por culpa de Almirantes e politicos nao merece virar museu pq nao ficou em operaçao efetiva nem um terço do tempo em que esteve em serviço .as mortes deviam ser invetigaas e politicos e almirantes deviam ser processados e presos por HOMISSAO ao comprar e tentar manter um Nae desse em operaçao sem fazer a devida manutençao .
Sucata mesmo! Não temos dinheiro para manter um Museu desse tipo. Essa é a realidade.
O BRASIL não precisa de um Nae , a aquisição do Foch só beneficiou a França esta é a verdade, olha que a Naval Group ainda tentou nos empurar uma reforma que nada mais era que um remendo num pano podre ! Teremos muita sorte se encontrarmos outros trouxas que queiram dar um fim adequado a esse trombolho . Essa estória de transformar o A12 em museu é outra má idéia ,essa embarcação é uma pedra de tropeço um verdadeiro monumento ao fracasso !
Padilha. Bom dia.
Uma dúvida me persegue desde a compra do Atlântico.
Seria possível a construção de um Ne seguindo a mesma receita do A140, ou seja, seguindo os padrões de construção de embarcações comerciais, visando uma redução significativa de custos mas adicionando reforços estruturais?
Procurei por projetos da Marinha Britânica mas não encontrei.
Um belo elefante branco, isso sim, vai ficar mais caro desmontá lo do que mante lo ativo. O Clemenceau ficou anos enrolando aí uma empresa inglesa especializada conseguiu desmontar com todo o amianto. Que fique de lição.
José…
.
não foi o “FHC” que escolheu o “Foch” e sim a marinha brasileira e embora nunca tenha lido nada em foruns
estrangeiros sobre essa oferta americana, aparentemente o então USS Independence teria sido ofertado por
US$ 80 milhões, bem mais do que os US$ 12 milhões pagos pelo “Foch”, além do mais o NAe americano era
grande demais para as necessidades brasileiras e mesmo que duas das quatro catapultas fossem inativadas
visando economia, ainda assim seria muito mais caro de operar e manter e a manutenção futura não poderia ser feita no dique Almirante Régis já que ele não caberia nele.
.
O “Foch” foi a escolha correta para substituir o “Minas” e deveria durar no máximo uns 20 anos quando então
estaria em construção um NAe. Quando se viu que isso não seria possível, surgiram planos de modernizar o
“São Paulo” para que este durasse ainda mais tempo até que melhores condições financeiras surgissem e isso
também acabou não ocorrendo.
Fôssemos um país q leva defesa a sério, este porta aviões seria modernizado e colocado no estado da arte já capacitando nossa mão de obra pra produção futura de seu sucessor mas……..
Devolver para França de Macron ou doar para os instituto fch ou luLLa
Até pra jogar fora vai ser difícil; Não acredito que transformá-lo em museu atracado em Santos seja viável como um USS Midway, em San Diego, por exemplo; Não temos cultura e o povo não tem dinheiro para pagar entrada num museu como esse. Não vejo como negócio que possa dar lucro.
Uma triste história do São Paulo na MB. Talvez a MB não tenha sabido dos problemas que enfrentaria, talvez tenha sabido e ainda assim insistiu na compra. Nunca saberemos. Mas que foi sumidouro de dinheiro público enquanto esteve na ativa e não operava, foi.
Devaneios de chefes navais sonhadores. Nunca tivemos uma marinha rica capaz de operar um meio desses.
Do que será que Marinha tem medo em cedê-lo á associação? Um navio desse porte preservado seria muito bom para o turismo por exemplo. Bom, seja qual for o destino dele é esperar para ver.
Põe na conta do FHC
Brasileiro tem boas ideias mas sempre quer ganhar tudo do governo, transformar este navio em um museu onde se tem lucro é muito boa, aliás é ótima e pelo visto já tem um plano de negócios pronto inclusive com encaminhamento pra eliminar o problema do amianto até ai tudo certo mas o navio é da marinha que esta sem dinheiro e pelo visto eles querem que a marinha doe o navio, então meus caros não esqueçam que a marinha é do povo e este dinheiro é do povo então procurem seguir as regras que são simples e não se preocupem com a marinha entrem no leilão e deem o maior lance que esta resolvido o negócio e já de cara já digo que vou ai comer, assistir filmes, visitar, enfim o que for possível fazer, façam como todos os empresários sérios e honestos comprem o navio com patrocínio de outras empresas e façam o seu sucesso baseado no seu esforço e não ganhando um mínimo de 5 milhões (que pode ser muito mais no final do leilão).
Sorry, these days, no money, no dreams!
Acho que é maus coerente que este verdadeiro tiro no pé que a Marinha vá para o desmonte mesmo para eliminar este elefante branco da vergonha do mapa.
Se virar museu por aqui, continuará como um gigantesco símbolo de estupidez.
Acho essa proposta de museu um boa ! E algo que se tiver propaganda vai levar muitos turistas a visitar , afinal quantas pessoas podem abrir a boca e dizer que esteve num porta aviões, almoçou num porta aviões e etc… ! E como quem vai a Salvador pra ver o farol da barra , vamos a santos pra ver o são Paulo !!
Eu apoio plenamente a ideia de transformá-lo em um museu flutuante; muitos países já o fazem; temos que começar a preservar nossa história; chega de queimar tudo ou transformar em ferro velho; é perfeitamente viavel com a cobrança de ingressos para sua manutenção; um dos meus sonhos é fazer uma visita a um porta-aviões!
Quem tinha que ser preservado era o Minas, a marinha não deu bola, que a França compre ele, eleve mais histórico para a França do que para nós.
Pois é , por cauda de FHC , como sempre a França nos empurrou o Pepino . Nem que o Brasil pague a França o receberá de volta . Quando os EUA nos ofereceram um PA muito mais moderno e operacional , o grande bobalhão FHC , não poderia deixar de escolher o Pior !
Os franceses não querem, tanto que nem o irmão do “São Paulo’ ” o “Clemenceau” foi preservado e nem os britânicos com todo o pioneirismo em NAes preservaram ao menos um sequer.
.
Os EUA possuem 5, todos comissionados entre 1943 e 1945 que devido à modernizações, no pós guerra, são completamente diferentes do que originalmente eram.
.
Poucos anos atrás perdeu-se uma batalha de muitos anos para se tentar converter o “Ranger” em museu, o que
faria dele o único “Super Carrier” um nome não oficial para todos os NAes desde o comissionamento do
“Forrestal” em 1955, mas, ele finalmente foi desmantelado e por conta dos atuais NAes serem de propulsão
nuclear isso os torna inviáveis para conversões em museus então não se deverá ver mais deles nos EUA.