Por STEPAN KRAVCHENKO E HENRY MEYER
A Rússia e a Turquia anunciaram que vão aprofundar a cooperação depois que o presidente Vladimir Putin mostrou seu mais recente avião de caça ao líder turco Recep Tayyip Erdogan, que está envolvido em uma disputa com seu aliado da Otan, o presidente Donald Trump, sobre a compra de novos aviões norte-americanos.
Putin disse a repórteres na terça-feira que a Rússia está pronta para “discutir ativamente” mais vendas e até mesmo a produção conjunta de armas após a compra pela Turquia de um avançado sistema de defesa aérea S-400 que provocou a disputa com Trump.
“Conversamos sobre a cooperação no caça Su-35” e “sobre possíveis trabalhos, mesmo no novo avião Su-57”, disse Putin, depois que ele e Erdogan inspecionaram o cockpit do caça de quinta geração em um show aéreo nos arredores de Moscou. .
Erdogan disse que a Turquia quer continuar “solidária em muitas áreas da indústria de defesa” com a Rússia, inclusive em caças, e “nós vamos nos desenvolver rapidamente”. Os dois líderes também procuraram amenizar a luta na região síria de Idlib.
A visita de Erdogan segue a decisão dos EUA no mês passado de suspender a capacidade da Turquia de comprar e ajudar a construir o avançado avião de guerra furtivo F-35 em retaliação ao desafio de Erdogan a Trump ao receber a S-400. Putin disse que o envio de uma segunda bateria S-400 começou na terça-feira. Os Estados Unidos dizem que a aquisição do sistema é incompatível com o papel da Turquia na OTAN e no programa F-35, porque pode permitir que a Rússia obtenha informações sobre a tecnologia avançada do caça.
A Turquia planejou comprar cerca de 100 F-35 e terá que buscar alternativas se os EUA mantiverem a proibição. Depois de uma crise na qual os jatos turcos derrubaram um avião de guerra russo perto da fronteira com a Síria em 2015, Putin e Erdogan fortaleceram os laços econômicos e militares, como as relações entre a Turquia e seu aliado da Otan se esforçaram.
Acompanhados por seus ministros da defesa, Putin e Erdogan fizeram uma turnê no show aéreo internacional MAKS-2019 que é uma vitrine da tecnologia militar russa, exibindo voos do Su-35, helicópteros e uma aeronave anfíbia, bem como o Su-57. Quando Erdogan perguntou durante a turnê se o Su-57 está disponível para compra, um sorridente Putin respondeu: “Você pode comprar”.
A Turquia insiste que foi forçada a recorrer ao sistema de defesa aérea russo porque os parceiros da OTAN, incluindo os EUA, não atenderiam às suas necessidades defensivas em termos turcos. Os EUA repetidamente se ofereceram para vender mísseis de defesa aérea Patriot para a Turquia, mas sem o compartilhamento de tecnologia que o governo turco diz que precisa desenvolver sua capacidade de produção doméstica.
Putin e Erdogan tentaram resolver divergências sobre uma ofensiva apoiada pelo Kremlin pelo exército sírio contra rebeldes na região de Idlib, no noroeste do país, o que corre o risco de provocar um novo êxodo de refugiados para a Turquia.
As forças armadas sírias no início deste mês quebraram o cessar-fogo sobre o Idlib para empreender uma ofensiva contra um ex-afiliado da Al Qaeda no último grande reduto rebelde. Erdogan chamou os desenvolvimentos recentes de uma “ameaça de segurança muito séria”.
Putin disse que eles chegaram a um entendimento sobre “medidas conjuntas adicionais” para estabilizar a situação e “neutralizar centros terroristas” em Idlib, sem dar detalhes. A Rússia apóia a criação de uma zona de segurança na fronteira sul da Turquia com a Síria, que também ajudará a manter a integridade territorial síria, disse Putin.
“Podemos cumprir nossas responsabilidades somente se o regime acabar com seus ataques” em Idlib, disse Erdogan. Os ataques do exército sírio estão forçando a Turquia a adotar ações defensivas, disse ele.
Enquanto a Turquia e a Rússia recuam em lados opostos na guerra da Síria, eles cooperaram na tentativa de impor a suspensão dos combates. Erdogan receberá líderes russos e iranianos em Ancara em 16 de setembro para discutir maneiras de conter o exército sírio. A Rússia diz que preservar o cessar-fogo em Idlib depende da eliminação de milhares de militantes.
Até agora, a Turquia se absteve de usar a força contra os jihadis apesar dos repetidos apelos de Moscou, confiando na presença de tropas turcas em Idlib como um impedimento contra um ataque em larga escala à província de maioria muçulmana sunita.
Selcan Hacaoglu, Taylan Bilgic e Ilya Arkhipov, da Bloomberg, contribuíram.
FONTE: Star and Stripes
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN
Se a Turquia comprar 100 Su57 além de forte relacionamento com a Rússia irá deixar um rombo no programa do F35 próximo a 10 000 000 000,00 de dólares.
Que o EUA e companhia terá que cobrir.
Acredito que a parceria da Turquia com a Rússia poderá ser muito benéfica para industria militar russa pois entre aviões, bateria anti aérea, mísseis, existe um pacote logístico enorme ser explorado pela Rússia.
Assim conseguindo dólares para sua economia.
Só faltou lagosta e champagne para os militares e muitas medalhas. Mas sem a parte do equipamento bélico. Aí eu ia pensar que você estava falando do Brasil.
Que rombo? O F-35 está rapidamente se convertendo em um dos programa mais bem sucedidos da história pois mais e mais países demonstram interesse no aparelho. Recentemente os belgas selecionaram o avião para substituir os seus F-16 e os italianos, cujo governo de extrema direita queria suspender as aquisições, voltou atrás sem falar é claro no dramático aumento de encomendas feito pelos japoneses.
Quanto à participação turca, inicialmente será coberta por firmas norte-americanas até que outros fornecedores sejam selecionados o que certamente irá provocar uma corrida entre os mesmos no intuito de assumir a posição perdida pelas empresas da Turquia. Segundo consta, as favoritas seriam as empresas israelenses visto que a IAI já é encarregada de produzir as asas do avião.
E por falar em Israel, tem feito bom uso dos seus exemplares tal como constatamos nos recentes ataques desfechados contra infraestruturas iranianas localizadas no Iraque habilitando o Estado Judeu a levar a guerra até o quintal dos aiatolás.
Outro dia a Rússia atacou um comboio turco e expulsou um caça deles da Síria. Parece que ninguém confia no erdogan.
A Turquia se agora trilhando um caminho perigoso que não pode ter volta. Tendo a maioria de seu equipamento de origem Americana! Vai ficar muito difícil para eles, se começarem realmente a embargar geral. A espinha dorsal da Força Aérea é o F-16! e por ae vai.
100 caças F-35 que a Turquia não vai mais comprar, de onde viria tanto dinheiro ela não é uma das maiores economias do mundo como conseguiriam comprar aviões e todo o pacote que vem junto ? Já sei, reutilizar gazes nos hospitais, tapar os buracos das estradas com areia, dar água e pão aos presos muito deles opositores de Erdogan, e os professores escreveriam no quadro negro em sala de aula com o cotoco do giz desse jeito países como a Turquia, Irã, Venezuela e etc tem recursos para adquiri equipamento bélico.
Quando que a Turquia será expulsa da OTAN ? Tá traindo forte…. Igual o corno casado com mulher que mete uns galhos, ele sabe mas como é bonita ele releva….. A OTAN fecha os olhos devido a posição geografica estrategica da Turquia mas será que vale a pena ???
Esta visita tão próxima do líder turco, neste momento, deve estar colocando muita gente de cabelo em pé nos EUA.
Parecia que a manobra arriscada incitada pelos EUA de derrubar uma aeronave russa via aviação turca sepultaria qualquer forma de futura aproximação russo-turca…
Esses russos, vão ser pragmáticos e sangue frio lá no inferno…
É terrível ter de encará-los como inimigos…
Meu caro Giba, o abate (covarde) do Su-24 russo por um F-16 turco não foi ingerência dos “malvados estadunidenses” e sim uma vil retaliação pelo fato da aviação russa ter destruído centenas de caminhões e acabado com um lucrativo esquema de contrabando de petróleo oriundo de áreas controladas pelo ISIS e que era levado a cabo por pessoas muito próximas ao mandatário turco.
Quanto ao “movimento” em si duvido muitíssimo que esteja colocando pessoas nos EUA de cabelo em pé! Na verdade quem deve estar de cabelo em pé são os executivo das empresas turcas que ficaram de fora do programa do F-35, o que além de significar um prejuízo que segundo estimativas pode alcançar algo em torno de US$ 9 bilhões de dólares e ameaçar 30.000 empregos altamente qualificados.
Por fim o futuro do Sultão não parece promissor como deixaram bem claros as recentes e acachapantes derrotas eleitorais sofrida pelo partido do mesmo nas eleições de Istambul e Ancara afinal quem experimenta Democracia e Estado laico não aceita retrocesso. Tal como estamos vendo em Hong Kong.