Por Vinicius de Almeida Costa
É notório que as Forças Armadas (FFAA) chinesas, a partir dos anos 1970, contribuíram significativamente para as mudanças no balanceamento regional de poder no continente asiático. Em consonância com o avassalador crescimento econômico, as FFAA chinesas são vistas tanto pela sociedade, quanto pelo Estado, ao lado da economia, como a espinha dorsal da China moderna. E, como tal, é dedicada extrema atenção a seu aprimoramento.
A transformação de uma milícia de camponeses em força armada moderna e aprestada levou cerca de 60 anos. Inúmeros programas de modernização foram implementados com o objetivo de capacitar o Exército de Libertação Popular (PLA, na sigla em inglês) para atender as necessidades geopolíticas de Pequim, que, no passado, eram primordialmente terrestres. O crescimento econômico e a intensificação do comércio exterior marítimo deslocaram a percepção de ameaça para o mar, sendo a força naval do PLA agora a “menina dos olhos”
de Pequim.
Incumbida de resguardar suas Linhas de Comunicações Marítimas (SLOC, em inglês), especialmente as que circulam pelos mares do Sul e do Leste da China, a Marinha do PLA é constantemente atualizada frente às ameaças percebidas. Atualmente, vemos com maior destaque a modernização, tanto da Força de Submarinos, como da Força de Superfície.
A Força de Submarinos é majoritariamente formada por meios de propulsão convencional, vantajosos em águas rasas como as do mar do Sul da China. Além de proteger as SLOCs mais próximas, especialmente contra os grupos de batalha nucleados nos porta-aviões norte americanos, as novas classes “Song” e “Yuan”, dotadas de sistema “AIP”, que permite aos submarinos ficar mais tempo submersos, destacam-se como os vetores navais de maior força contra ameaças regionais. A Marinha chinesa possui entre 12 e 15 submarinos.
A Força de Superfície demonstra estar sendo modernizada para maior projeção de poder em áreas distantes. Além do aprimoramento dos escoltas com as modernas classes “Jiangdao” (corvetas), “Jiangkai II” (fragatas), “Luoyang III” (contratorpedeiros) e “Renhai” (cruzadores), o incentivo ao desenvolvimento de navios de assalto anfíbio da classe “Yuzhao” devotados a operações no mar do Sul da China, demonstram a assertiva posição da estratégia chinesa.
FONTE: Boletim Geocorrente