Por Luiz Padilha
Foi realizado hoje no Consulado da Itália no Rio de Janeiro, a segunda etapa do “Road-Show” que a Fincantieri está promovendo no Brasil. A Fincantieri S.P.A. é líder do consórcio FLV (Fincantieri-Leonardo-Vard), constituído para participar da licitação da Marinha do Brasil para a construção de quatro Corvetas Classe Tamandaré (CCT).
O objetivo deste “Road-Show”, é estabelecer parcerias com a indústria local afim de incluí-las na Cadeia Global de Fornecedores da Fincantieri.
O “Road-Show” teve início em Recife na sede do estaleiro VARD-Promar que pertence à Fincantieri e que contou com a presença da ministra da Defesa da Itália, Sra. Elisabetta Trenta, e terá sua última edição em São Paulo no dia 7 de fevereiro.
O Sr. Stelio Vaccarezza, presidente da Fincantieri do Brasil, abriu o “Road-Show” no Rio de Janeiro apresentando a empresa para os convidados presentes, destacando a presença da Fincantieri no Brasil através de seu estaleiro VARD-Promar, o qual já construiu navios para o setor de off-shore, com destaque para os 2 navios de altíssima complexidade (140 metros de comprimento e 10.800 toneladas), para a empresa norueguesa DOF ASA, (Skandi Recife e Skandi Olinda).
O Sr. Stelio ressaltou que apesar da licitação prever que uma unidade poderia ser construída fora do país, a Fincantieri irá construir as quatro Corvetas Tamandaré no Brasil, em seu estaleiro VARD-Promar em Recife, pois o mesmo possui todas as características necessárias para a construção com o repasse de tecnologia da Fincantieri para as empresas nacionais que estiverem dentro da Cadeia Global de Fornecedores.
Atualmente, o consórcio FLV já atingiu o índice de 40% de nacionalização (padrão BNDES), onde seria necessário 30% para o primeiro navio e 40% para o segundo, mas a Fincantieri pretende atingir um índice de até 70% no futuro, e é por isso que está convidando pequenas e médias empresas a participar do programa CCT.
O Consul geral da Itália no Rio de Janeiro, Sr. Paolo Miraglia del Giudice deu as boas vindas a todos presentes agradecendo a Fincantieri pela organização do evento junto com a FIRJAN e a ABIMAQ. O Sr. Paolo destacou que a Fincantieri é uma das excelências da indústria italiana, com 20 estaleiros distribuídos pelo mundo e líder em projetos navais nos segmentos Militar, Off-Shore e Civil (Navios de Cruzeiro e Mega Iates).
Caso o consórcio FLV saia vencedor, a Marinha do Brasil se beneficiará da tecnologia das empresas do consórcio, através da transferência de tecnologia além de empregos diretos e indiretos que serão gerados para os brasileiros. O Sr. Paolo também destacou a importância do convite para as empresas do Rio de Janeiro a participar da Cadeia Global de Fornecedores da Fincantieri, pois as mesmas poderão participar dos projetos internacionais não apenas na área militar, mas em todos os segmentos citados anteriormente, fortalecendo as relações estratégicas entre os dois países.
Na sequência o Sr. Alberto Machado Neto, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos – ABIMAC, agradeceu a oportunidade que a Fincantieri está proporcionando as empresas do estado do Rio de Janeiro, pois o mercado naval possui um potencial enorme, e as empresas serão beneficiadas com o crescimento da área de atuação (civil e militar) da construção naval, lembrando que “contar com fornecedores competitivos, é essencial”.
SEASTEMA e Fundação EZUTE
O Sr. Stefano Nervi, engenheiro de vendas da SEASTEMA S.P.A., apresentou a empresa aos convidados, explicando que a SEASTEMA é uma fornecedora global de tecnologia marítima integrada, fornecendo automação de navios e sistema de navegação em embarcações de qualquer escala, tipo ou função e é totalmente integrada à Fincantieri.
Com 18 anos de atuação e com sistemas instalados em mais de 70 navios de 15 países, a SEASTEMA terá a Fundação EZUTE como parceira na integração dos sistemas nas Corvetas Tamandaré.
A Sra. Andrea Hemerly, Diretora para o Mercado de Defesa e Espacial da Fundação EZUTE, explicou ao público presente que a fundação é uma organização privada sem fins lucrativos, 100% brasileira, que foi fundada em 1997 como o principal integradora do programa SIVAM, e desde então já entregou mais de 100 projetos de programas estratégicos.
Atualmente, a Fundação está plenamente engajada em projetos capitais para a área de Defesa no Brasil, como o PROSUB, onde realiza a Engenharia e Integração do Sistema de Combate do Submarino Brasileiro e desenvolvimento do Sistema de Gerenciamento de Combate. Realizou também a elaboração do projeto preliminar do Programa SISFRON, concepção e design de alto nível do SisGAAZ.
O MANSUP, míssil anti-navio de superfície que está em desenvolvimento para a Marinha do Brasil, recebe da fundação a gestão integrada com articulação e acompanhamento com as empresas contratadas para o desenvolvimento (gestão técnica e complementar).
IPMS (Integrator Platform Management System), ou Sistema Integrado de Gerenciamento de Plataforma SEASNavy para a futura Corveta Classe Tamandaré.
Módulos principais do IPMS SEASNavy:
- Propulsão (motores principais, engrenagens de redução, motores de propulsão elétrica, linhas de eixo e auxiliares de propulsão, sistema de engrenagem de direção) (através do subsistema MCAS);
- Electric Plant (grupo gerador a diesel, gerador de emergência, auxiliares relevantes, quadros elétricos principais, conexões em terra); (através do subsistema EPCAMS);
- Serviços auxiliares e de casco / alarme de segurança e / ou sistema de controle (ASCS);
- Sistema de Controle de Danos (BDCS) e
- Nos sistemas de treinamento de bordo (OBTS).
Objetivo da Transferência de Tecnologia
O resultado será a transferência completa de know-how no Ciclo de Vida, desde o início das fases de atividades, desenvolvimento, integração, aceitação, manutenção e serviço.
A Fundação Ezute fará no curto prazo:
1- Projeto IPMS autônomo da segunda corveta Tamandaré para produção, comissionamento, manutenção, desenvolvimento e serviços de ciclo de vida.
2- Desenvolver o sistema IPMS para aplicações similares em novo projeto ou retrofit.
3- Projetar e testar consoles, racks de servidores e gabinetes com fabricação local.
A Fundação EZUTE fará a longo prazo:
1- Parceria comercial e técnica do IPMS SEASTEMA.
2- Contato local e interface para projetos com outras marinhas da América do Sul.
3- Local e interface para projetos em outros setores (cruzeiro, comercial, ..).
Fincantieri S.P.A.
O grupo é um dos mais importantes complexos de construção naval com 20 estaleiros e, 4 continentes. Líder na projeção e construção de navios de cruzeiro, off-shore, militar com fragatas de elevada complexidade e mega-iates. Com mais de 230 anos construindo mais de 7.000 navios, a Fincantieri mantém centralizado na Itália o know how próprio de seu desenvolvimento na área de engenharia.
A empresa mantém 8.000 funcionários na Itália e mais de 19.000 nos 20 estaleiros de sua propriedade, fora os empregados indiretos, atuando de forma diversificada. Tal diversificação permite a empresa superar as possíveis flutuações das exigências de mercado.
VARD-Promar
A Fincantieri investiu pesado, cerca de 400 milhões de reais desde aquisição e modernização tecnológica do estaleiro, capacitando-o a construir navios militares. Hoje o VARD-Promar emprega 800 funcionários e possui totais condições para produzir navios mercantes e militares de alto nível de complexidade dentro dos padrões e prazos estipulados pelos clientes.
Nessa configuração final da Fincantieri, tem como trocar as metralhadoras laterais por canhões de 30 mm, Leonardo (marlim) , de controle remoto ?????
Por favor , alguém pode responder, pois sou apenas leigo no assunto, muito obrigado .
A Fincantieri está conduzindo sua proposta em função do que a MB quer. A empresa sugeriu os sistemas como a MB pediu. Não se trata de a Fincantieri poder fazer isso ou aquilo, entenda que ela está seguindo o que a MB solicitou. Se a MB quiser a Fincantieri faz.
Coisa feia….parece que o homem de lata está sentado acima da ponte com aquele chapéu ridículo!
É igual comprar um carro feio sabendo-se que vai ficar com ele por vários anos, financiado em 72 meses…kkkk
É só arrependimento todo dia!!
Mas o radar não vai ser o Artisan 3D, ué por que esse funil aí ?
Negativo. Cada empresa oferece o radar que melhor lhe convém.
Espero que mudem de 4 para 8 mísseis antinaviu!!!
Isso é preconceito seu, Acho que você esta tirando onda, porque está bem claro que a poltronas estão cobertas com plástico para proteger da sujeira e de eventuais estrago já que o navio está em obras, bem como os painéis estão protegidos com papelão e fita adesiva para que não risquem enquanto são montados outros equipamentos e passados aos cabos de força e dados, por sinal isso não é preocupação somente dos estaleiros italianos, todos fazem isso para proteção.
Estou muito otimista com essas aquisições da MB, principalmente esses projetos oferecidos pela Fincantieri, o projeto Tamandaré foi pensado e desenho pela MB em conjunto com a fincantieri, ou seja, eles estão oferecendo construir um projeto que foi pensando pela MB para a MB, isso a um custo razoável e dentro do Brasil. Além disso tempos a oferta das FREMM que são hoje uma das melhores fragatas do mundo, são 6500 toneladas de muita tecnologia e armas.
Enfim, estou otimista com essas ofertas e com o novo governo brasileiro.
Coisa horrível, só faltou uns varal p tripulação secar roupa. Se for isso ai que os italianos ofereceram prefiro muito mais a Sigma.
Esse desenho seria o design final da CCT refinado pela Fincantieri?
Parece que sim, eu não gostei, parece um hibrido da CCT desenhada pela MB e a classe Abu Dhabi, não ficou legal não, olha esse mastro cheio de penduricalhos e olha o mastro das outras, a diferença é gritante
Eu adorei esse projeto…amigos, com todo o respeito, mas tem gente que reclama demais. O navio foi pensando pela MB para a MB…isso diz tudo, tem todas as características pensadas pela MB, realista e com preço adequado.
Gosto é gosto, eu achei esse navio muito bonito e moderno, a parte técnica é assinada pela MB e pela fincantieri (que faz navios para meio mundo, desde árabes até americanos, desde corvetas até submarinos e porta-aviões, aliás, a fincantieri comprou a empresa e o estaleiro que constrói os porta-aviões nucleares da França).
Não estou reclamando, só estou emitindo a minha opinião. Preço adequado????? Você sabe de quanto é a proposta da fincantieri????? Até aonde se sabe, quando saiu a short list, ela tinha ficado em terceiro lugar, atrás da proposta da Damen/saab e da TKMS, vamos ver se ela vai melhorar a proposta final dela. O que a fincantieri fez foi pegar o design da MB e misturar com o da classe Abu Dhabi e acabou nisso dai com esse mastro cheio de penduricalhos, diferentemente das outras três propostas que tem um mastro bem mais limpo e moderno. Aliás se você olhar bem, até o mastro do design da MB era mais limpo do que esse ai. Sinceramente NA MINHA OPINIÃO esse é o design mais antiquado e antigo das 4 propostas. As quatros propostas atendem aos requisitos da MB, se assim não o fosse, sequer teriam entrado na short list, quanto a fincantieri fazer navios para meio mundo, isso é verdade, basta ver os outros produtos da lista dela, tirando a classe abu Dhabi, que é um design antigo e que ela tomou como base para “refinar” o design Tamandaré, nenhum outro navio no catálogo dela tem um mastro tão sujo e cheio de penduricalhos, basta ver as corvetas/fragatas leves que eles estão construindo para o Qatar, aquele sim um navio com mastro limpo/liso e moderno
Jr lembrando a vc que essa estória de primeiro, segundo e etc é falsa. A MB não divulgou nem para os 4 participantes tal questão. Cuidado com o que você lê por ai, pois tem gente chutando mais vezes do que o Neymar caiu na Copa do Mundo passada.
E este mastro aí? Deram uma refinada no desenho para etapa final da concorrência (BAFO)?
Aproveitando o gancho. Procede a informação de uma oferta de duas FREMM de emprego geral para a MB?
Aquele “domo” protegendo o radar principal não ficou legal…o radar aparente fica com maior aparência de fragata….
Me incomodou aquele monte de penduricalhos que tem no mastro também, basta ver que o desenho do mastro das outras três é bem mais limpo, para mim, dos quatro concorrentes, esse é o desenho mais antiquado. Tem o desenho de uma corveta do inicio dos anos 90
Por favor, pode ser qualquer umas das 4 empresas todas elas são boas, mas escolhe logo e começa construir essas corvetas logo, se possível, esse ano ainda, mais acho que só em 2020.
Concordo. Este programa de construção é para ontem. Se fosse possível duas linhas, uma no país vencedor e outra aqui seria melhor ainda.
Na fotografia aérea pode-se observar no Cais de Acabamento um dos navios PLSV fabricados aqui em Suape-PE, Skandi Recife ou Skandi Olinda, que são os navios de maior valor agregado já fabricados no Brasil.