A oitava edição do Cruzeiro do Sul Exercise, a CRUZEX 2018, maior exercício multinacional e conjunto realizado pela Força Aérea Brasileira (FAB), reúne representantes de 13 países – sendo que sete deles irão participar não só com militares, mas também com aeronaves. No treinamento, que ocorre em Natal (RN), além do Brasil, também Canadá, Chile, Estados Unidos, França, Peru e Uruguai deslocarão aeronaves para o exercício.
Do Canadá, virão mais de 40 militares pertencentes à Força Aérea e ao Exército Canadense, para dar suporte ao cargueiro CC-130J Hercules – do 436 Esquadrão de Transporte. Entre as missões previstas para o avião durante a CRUZEX, está o lançamento de paraquedistas brasileiros.
Canadá
O país participou pela primeira vez do treinamento na última edição, em 2013, e a expectativa é de que os participantes possam validar seus conhecimentos e habilidades em um ambiente robusto e combinado, enquanto são construídas relações com outras nações. O Capitão Campos, da Força Aérea Canadense, explica que a CRUZEX reforça a capacidade do Canadá em contribuir para a segurança no exterior. “Nossa participação no treinamento promove um espírito de cooperação, compreensão e respeito mútuo entre as nações parceiras, ao mesmo tempo em que possibilita o treinamento dinâmico em um país onde não voamos com frequência”, diz o militar canadense.
Chile
A Força Aérea Chilena participa com cinco caças F-16 e um reabastecedor KC-135. A delegação, entre pilotos e equipes de manutenção, terá em torno de 90 militares, segundo explica o Coronel Pineda. Essa é a quarta vez que o Chile participa da CRUZEX, assim como o Brasil costuma participar do Exercício Salitre, promovido pelos chilenos – sendo que o último foi em 2014. “Estamos muito interessados em atualizar nossas táticas, validá-las, e em aumentar nosso nível de interoperabilidade, além de reforçar os laços com as Forças Aéreas de nações amigas”, avalia o Coronel Pineda.
Estados Unidos
Os Estados Unidos participam com aproximadamente 130 militares, um reabastecedor KC-135 e seis caças F-16. O Tenente-Coronel Dennen, da Força Aérea dos Estados Unidos, explica que, no cenário internacional contemporâneo, um país, isoladamente, não consegue resultados.
Por isso, é preciso trabalhar em conjunto. “Este exercício é o maior e melhor desse tipo na América do Sul. Não há nada parecido, não podemos deixar passar essa oportunidade. Todos os participantes terão ganhos operacionais. Hoje em dia não se realiza uma missão de paz sozinho: as relações de interoperabilidade entre os países são chave para fazer do mundo um lugar melhor, mais estável, mais capaz de enfrentar os problemas”, diz.
França
A França irá trazer uma aeronave C-235, que fica baseada na Guiana Francesa. O avião treinará ações de transporte aéreo em conjunto com os brasileiros, participando dos chamados “COMAOs”, sigla em inglês para Composite Air Operations, em que um pacote de diversas aeronaves, de naturezas distintas, decolam em sequência para – em tempo e espaço limitados – realizar missões com objetivos comuns ou complementares. “É importante aprimorar a interoperabilidade entre os países, para que o profissionalismo seja nivelado, pensando, especialmente, na possibilidade de algum futuro engajamento conjunto em missões de paz”, avalia o Coronel Orlianges, da Força Aérea Francesa.
Peru
O Peru, embora já tenha participado da CRUZEX com observadores militares, trará aeronaves pela primeira vez nesta edição do exercício. São quatro caças A-37B e quatro caças Mirage 2000, com uma comitiva que gira em torno de cem militares. “A CRUZEX será nossa primeira grande participação em um evento internacional desse tipo.
Nós esperamos mostrar à América do Sul, ao mundo, que nós somos uma Força Aérea preparada e temos um alto nível profissional, além de aprender muito, especialmente com o Brasil, que tem grande experiência com a organização deste treinamento”, afirma o Tenente-Coronel Obergoso.
Uruguai
O Uruguai, que irá se deslocar para a CRUZEX 2018 com quatro caças A-37 e aproximadamente 30 militares, já atuou em conjunto com a FAB em treinamentos anteriores, segundo o Coronel Parentini. “Trata-se de uma ótima experiência para compartilhar expertises entre os participantes. É a chance de vermos como as outras Forças Aéreas atuam, trabalhar em conjunto e tentar voar da forma mais efetiva e segura possível”, explica.
Além desses países, Alemanha, Índia, Bolívia, Portugual, Suécia e Venezuela também irão participar da CRUZEX 2018, porém sem o deslocamento de aeronaves.