Após um processo que durou duas décadas, o governo brasileiro anunciou ter escolhido comprar os caças suecos Gripen NG para equipar a Força Aérea Brasileira (FAB). Foram desclassificados o francês Rafale, da Dassault, e o norte-americano F-18, da Boeing. O contrato estabelece que o país vai desembolsar pela compra das 36 aeronaves cerca de US$ 4,5 bilhões, com entrega até 2023. A presidente Dilma Rousseff havia se inclinado em favor do F-18, mas mudou de ideia e fez uma retaliação monetária aos EUA por causa da espionagem do governo Obama.
A escolha pelos caças suecos F-X2 ratifica a importância da propriedade intelectual para o Brasil e a relevância dos direitos intangíveis na tomada de decisões altamente estratégicas no segmento de tecnologia nas áreas de defesa. A aquisição de 36 aeronaves de combate, ao custo estimado de US$ 4,5 bilhões, objetiva substituir as atuais aeronaves francesas Mirage 2000C. Com a aquisição anunciada pelo ministro Celso Amorim e amplamente comemorada pela FAB, o Brasil antecipa adquirir tecnologia e conhecimentos únicos, os quais, uma vez bem incorporados, permitirão com que o país potencialize sua capacidade intelectual e de reprodução de tecnologia. Mais do que modernizar a frota nacional de aeronaves de defesa, a decisão destaca a maturidade governamental relacionada à transferência de tecnologia.
A partir da negociação, a qual poderá se estender por mais um ano, estará garantida a transferência absoluta de todos os sistemas de operação da aeronave, incluindo sistemas computacionais de comando de armamentos, os quais poderão ser incorporados a outros itens de defesa atualmente já em processamento e produção nacional, como mísseis de defesa e componentes de artilharia. Mais do que uma aquisição de aeronaves, o Brasil, com o anúncio, adquire a capacidade de galgar incontáveis níveis na escala de detentores de conhecimentos tão estratégicos.
O ganho para o Brasil e, especialmente, para o parque industrial e tecnológico nacional é incalculável. A medida, então, celebra a importância da propriedade intelectual, que está intimamente relacionada aos itens que serão objeto da interação Brasil-Suécia. Com o aprendizado, itens de elevado valor tecnológico serão desenvolvidos pelo país. Tais elementos, à medida que agreguem inovação real, serão protegidos pelo sistema da propriedade intelectual (SIP), seja por meio do emprego de patente, designs ou, ainda, por meio do mecanismo de proteção aos segredos industriais. Essa proteção resultará na habilidade de o Brasil licenciar ou comercializar esse conhecimento, o que permitirá a recuperação dos investimentos na aquisição inicial dessa tecnologia. O SPI e o entendimento do país sobre o tema saem fortalecidos desse processo, à medida que valorizam o investimento sueco em pesquisa e desenvolvimento e a estratégica importância dos ativos intangíveis. Essa aquisição, amadurecida ao longo de quase uma década, demonstra que operações internacionais desse tipo considerarão o SPI como fator decisivo.
FONTE: Estado de Minas
Fico imaginando o que passa neste momento na cabeça dos hermanos argentinos. mDevem estar se roendo de inveja. Muita inveja. Nem caças de segunda mão estão comprando. Aliás pergunto aqui. O Gripen C é superior ao kfir block 60 ou até mesmo os F1? Quanto é superior?
A escolha foi óbvia, sim, os interesses diversos é que causaram esta demora. Dificilmente quem está decidindo, pelo menos aqui, ponderaria de maneira racional, levando em conta que ” comprar não significa operar” e neste ponto, é óbvio que os suecos tinham a melhor oferta. Mesmo que ainda em fase transiente. Aliás, hoje a tecnologia SAAB, que foi absorvida recentemente pela americana Emerson em alguns produtos e equipamentos de telemetria, tem atendido plenamente as necessidades de segmentos de nossa economia.
[ ]’s ao DAN.
A escolha não foi nada óbvia. Foi muito difícil de ser tomada, pesando a decepção dos poderosos concorrentes em termos comerciais.
Transferência de tecnologia é fazer junto, só assim é possível realmente adquirir o conhecimento, desenvolver o expertise, qualificar mão de obra de fabricação e entender passo a passo como funcionam os sofisticados avionicos que integram todos os sistemas da aeronave para enfim termos a liberdade futuramente de fazer com que o caça interaja com os armamentos e outras modificações com sistemas genuinamente nacionais, e felizmente com a escolha do GRIPEN será feito dessa forma
Transferência de tecnologia, ToT…será que alguém que arduamente conquistou um know-how de tecnologias sensíveis, irá abrir mão deste patrimônio intelectual, estipulando um “preço” para isto…
Creio que no máximo, tentarmos cortar caminho no desenvolvimento, aproveitando estes atalhos de “ToT”…
Mas pelo menos, ganhou o mais óbvio e natural processo…
[ ]’a a DAN.
” A decisão destaca a maturidade governamental relacionada à transferência de tecnologia “.
Desculpem, mais essa decisão deveria ter sido tomada a pelo menos uns dois anos, nossa presidente só esta seguindo este caminho, devido as denúncias de espionagem da NSA, sem essas informações, hoje o vencedor do FX-2 seria o F-18 ! E pensando nisso, o que teríamos realmente em relação a transferência de Tecnologia? O que se sabe é que pagaríamos ainda mais caro pelos vespões (F-18) pela manutenção desses e com certeza não teríamos acesso ao código fonte da aeronave. Aí eu me pergunto, que tipo de maturidade governamental é essa, em relação a Transferência de Tecnologia?.
Eu sei que é chato bater na mesma tecla vamos ver se agora nós aprendemos com os erros do projeto do AMX onde os nossos saíram obsoletos em relação aos italianos. Se for para fazer as coisas de qualquer jeito não vamos ter ganho nenhum pois vamos investir muito dinheiro para sair um caça inferior em relação ao da Suécia e Suíça. Será que nem para nós mesmos a gente tem interesse se fazer as coisas direito.